Política


PSL é partido que mais doa para candidatos de outras siglas


Publicado 06 de novembro de 2020 às 10:41     Por Fernanda Sales     Foto Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

No pleito deste ano, o PSL, partido pelo qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se elegeu presidente, teve a maior doação líquida para candidatos de outras siglas. De acordo com as informações divulgadas pelo site Metrópoles, baseadas nos dados eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o PSL é o segundo que mais recebe recursos do fundo eleitoral: são R$ 199,4 milhões, perdendo apenas para o PT, com R$ 201,3 milhões, mas a sua taxa negativa chega a R$ 18,757 milhões.

As doações acontecem porque as coligações partidárias nas eleições se apoiam política e financeiramente. O candidato pode receber recursos da própria sigla, mas também dos partidos com os quais se associou. O valor é calculado a partir da subtração do que foi doado com o total recebido. Assim, as taxas negativas significam que a agremiação deu mais dinheiro para campanhas de outros partidos do que seus candidatos receberam de outras siglas.

“Com essa estratégia, o PSL vira sócio de candidaturas mais competitivas e depois isso se reverte em espaço de poder. Ele gasta menos dinheiro para obter nacos dessas prefeituras do que em uma candidatura própria com poucas chances de vitória”, explicou o doutor em ciência política pela Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Barreto.

O caminho escolhido pelo partido é eficiente, pois a sigla não tem quadro próprio com chance de vencer a disputa nas principais cidades do país. “O PSL se fortaleceu quando Bolsonaro se filiou ao partido e, com a saída do presidente, a sigla enfraqueceu”, analisou Barreto.

Segundo a publicação, o PSL respondeu em nota que: “Estabelecemos coligações políticas por acreditar na força da democracia, estimulando candidaturas consideradas estratégicas e sempre respeitando as realidades políticas locais”.

Na ponta oposta do ranking – dos partidos políticos que receberam mais recursos do que repassaram para candidatos de outras siglas –, estão o PSDB, com o maior saldo positivo de R$ 10,338 milhões, o DEM com R$ 9,365 milhões e o MDB com R$ 8,989 milhões. Nos três casos, os partidos têm candidatos competitivos que se coligam bastante para poderem receber repasses de outros grupos.

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