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BBB aposta no sofrimento para alcançar audiência, diz socióloga


Publicado 06 de fevereiro de 2021 às 15:31     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / Twitter

Há cerca de 10 dias no ar, o BBB21, na Globo, já causou muita troca de farpas e polêmicas. Para a socióloga Silvia Viana, autora do livro Rituais de Sofrimento, apostar no sofrimento dos participantes é uma estratégia de marketing. As informações foram publicadas pelo Metrópoles, neste sábado (6).

“Se não tem a briga, não acontece o reality show. As discussões não estão apenas ligadas a feminismo ou racismo, por exemplo, os critérios se alteram e eles usam pessoas que são ligadas os assuntos que estão na ‘moda’. Não é manipulação, é uma estratégia de marketing”, explica a em entrevista ao Metrópoles.

De acordo com a socióloga, os realitys são a reprodução de uma competitividade que já existe do lado de fora também. “O que menos importa é o critério, a briga vai acontecer. Não estamos vendo pessoas perversas ou exibicionistas, o que vemos na tela é a mesma coisa que acontece do lado de cá: uma competição que visa uma sobrevivência fantasmagórica, é o que todo mundo faz todos os dias. O programa estimula que só tem uma vaga para o vencedor e as pessoas são induzidas a agirem como agem”, ressalta.

Silvia explica em seu livro que é usado o sofrimento como forma para conseguir o sucesso. “Não é um jogo de quem ganha. É um jogo de eliminação. Esse saber generalizado, no entanto, não impede que uns se submetam e outros castiguem, nem que aqueles que se submetem também castiguem. Pelo contrário, a participação é a pedra fundamental do espetáculo. O programa conquista o engajamento ativo, frequentemente maníaco, nessa engrenagem de fazer sofrer”, considera Silvia, que atualmente é professora de sociologia da Fundação Getúlio Vargas.

Ainda na oportunidade, a socióloga destacou que a estrutura do reality, assim como no capitalismo contemporâneo, acaba fazendo com que as pessoas entrem em uma guerra e se confrontem para sobreviver.



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