Conheceu aquela pessoa incrível, o flerte deu certo e os dois estão a ponto de iniciar um relacionamento ou vocês já estão envolvidos, passam um tempo juntos, mas cada um tem seu espaço na rotina. Então, de repente, uma pandemia sem precedentes nos faz repensar como lidar com os desafios das relações amorosas em meio ao isolamento social. Nesta sexta-feira (12), Dia dos Namorados, dois casais relataram ao AjuNews como enfrentam essa experiência.

A universitária Fernanda Dantas, 21 anos, e o estudante de Direito João Monteiro, 18 anos, se conheceram em um bloquinho de Carnaval deste ano, em Aracaju. Os dois começaram a se conhecer melhor, mas nada oficialmente. Antes da pandemia se instalar de vez em Sergipe, Fernanda precisou fazer uma viagem a sua cidade natal, Pojuca, região Metropolitana de Salvador, Bahia, e não voltou desde então. João continuou em Aracaju e ambos não se vêem há mais de três meses. Mas, o pedido oficial de namoro aconteceu mesmo assim, adaptado à realidade do momento.

“No início, achamos que esse isolamento não ia demorar tanto, e segundo ele, já estava preparando um pedido para fazer pessoalmente, mas a gente viu que o problema da pandemia era mais complicado do que imaginávamos. Depois de dois meses sem nos vermos chegou uma caixa pra mim pelo correio com alguns presentes e uma carta com o pedido”, conta Fernanda.

Entre as estratégias usadas para minimizar a presença física estão a internet e a expectativa do reencontro. “Além de conversar pelas redes sociais e compartilhar tudo do dia-a-dia um com o outro, a gente se fala por ligação todas as noites e faz muitos planos pra quando nos vermos novamente”.  A universitária ainda conta que os dois brincam com a ideia de estarem em um relacionamento à distância,  conhecidos como webnamoro. “Pelo menos por enquanto sim. E dá pra viver desse jeito, mas nada substitui o estar perto de verdade”, conta.

Sobre o primeiro Dia dos Namorados juntos, João e Fernanda, que cumprem isolamento social, irão improvisar. “Eu queria muito voltar para Aracaju, mas com tudo isso acontecendo a gente não sabe como vai ficar. Mas eu estou preparando uma surpresa pra ele e vou enviar pelo correio. Assim, mesmo que eu não esteja com ele pessoalmente, vou estar lá de alguma forma”, revela. 

O contrário dessa situação é vivenciada pelo técnico de informática Wesley Oliveira, 24 anos, e a arquiteta Marília Linhares, 26 anos, que já namoram há quase 10 anos. Os dois, que já moram juntos a um ano e meio, adaptaram a rotina ao isolamento social que cumprem de forma rigorosa. Com mais tempo junto os dois tentam aproveitar melhor a companhia um do outro. 

“Fazemos todas as refeições na companhia um do outro, já maratonamos algumas séries e vimos muitos filmes, o que na correria do dia a dia é complicado. Também estimulamos um ao outro o aprendizado de coisas novas. Seja algum curso online ou alguma leitura, sempre buscando manter a mente ativa nesses tempos”, relata Marília.

As comemorações para o aniversário de dez anos, em julho, também tiveram que ser suspensas. “Estávamos planejando uma celebração maior com amigos, mas não vai acontecer. Nem por isso vamos deixar de celebrar. Já estamos marcando de fazer uma vídeo chamada com os amigos e fazer um bolo para comemorar. A comemoração será diferente”, conta Wesley.

Entre aventuras na cozinha e assistir lives aos fins de semana, os dois afirmam que estão levando bem o período. “Acho que é porque a gente já está junto a muito tempo. O importante é o sentimento e a saúde de todos, isso precisa ser levado em conta”, disse Marília.

Na infinidade de relacionamentos amorosos possíveis, a certeza é que mudanças no campo afetivo provocadas pela pandemia e pelas adaptações feitas em função dela nos alcançam em vários níveis. Embora tenha seu viés comercial, o Dia dos Namorados deste ano traz a reflexão sobre a dinâmica das relações.