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Ícaro rebate crítica e insinua que Leifert entrou na Globo por causa do pai
Antes mesmo de estrear, o reality Big Brother Brasil 22 já rendeu grandes polêmicas e trocas de farpas. Após chamar o programa de “entretenimento medíocre” e ter sido criticado por Tiago Leifert, o ator Ícaro Silva respondeu o ex-apresentador e insinuou que ele teria entrado na emissora por causa de um parente.
“Oi, Tiago! Li sua cartinha e fiquei positivamente tocado pela contemplação do teu tempo. Imagino que para ter escrito um textão desse (o que não ocorreu nos casos de racismo, intolerância religiosa, misoginia, homofobia e abuso sexual no programa que você apresentava) é porque de fato te atravessei, o que sinceramente me envaidece como artista”, disse.
Ícaro ainda destacou que não criticou os realities, e afirmou que consome vários deles. Ele ainda cutucou Leifert e sugeriu que ele “aprofunde sua interpretação de texto”.
“Primeiro: eu nunca falei de realities, no plural. Amo e consumo vários deles, então aprofunde sua interpretação de texto, para não generalizar a minha opinião. Segundo: “ser adulto” e artista no midiático é justamente estar a parte das deficiências culturais do país e contribuir de alguma forma para saná-las. Se trabalho na emissora de onde você saiu é porque esta é tão plural quanto o Estado brasileiro e abriga (me impressiona que você não tenha percebido) de certa forma, tanto quem está no corre, quanto quem nasceu com o sobrenome “correto””, disse o artista.
Por fim, o artista deu a entender que o ex-apresentador da rede Globo conseguiu espaço na emissora por causa do pai, Gilberto Leifert, que também na Globo.
Confira a resposta de Ícaro na íntegra:
Oi, Tiago! Li sua cartinha e fiquei positivamente tocado pela contemplação do teu tempo. Imagino que para ter escrito um textão desse (o que não ocorreu nos casos de racismo, intolerância religiosa, misoginia, homofobia e abuso sexual no programa que você apresentava) é porque de fato te atravessei, o que sinceramente me envaidece como artista.
Minha vaidade esmaece um pouco, no entanto, quando vejo que sua réplica é baseada no fetiche monetário dos meninos comuns. Eu conheci muitos garotos da minha vida que pautavam suas opiniões na lógica sistemática do dinheiro. Garotos sem nada especial. Nem talento, nem beleza, nem nada, mas que tinham a aparência e a submissão adequadas, além de um parente no lugar certo, sabe? Acho que você sabe.
Vamos então aos pontos da sua carta? Primeiro: eu nunca falei de realities, no plural. Amo e consumo vários deles, então aprofunde sua interpretação de texto, para não generalizar a minha opinião.
Segundo: “ser adulto” e artista no meio midiático é justamente estar a par das deficiências culturais do país e contribuir de alguma forma para saná-las. Se trabalho na emissora de onde você saiu é porque esta é tão plural quanto o Estado brasileiro e abriga (me impressiona que você não tenha percebido) de certa forma, tanto quem está no corre, quanto quem nasceu com sobrenome “correto”.
E o terceiro e mais importante ponto a ser treplicado em sua cartinha: possivelmente você nunca vai entender isso, mas pra uma pessoa preta e queer estar em destaque, contratada ou empregada ela precisa estar realmente excelente. Então não tem como você estar pagando meu salário, Tiago. Não fossem meu talento, minha história, minha trajetória, uma luta filha da p*** diária e essa cara bonita eu acho que nem vivo estaria.
É minha entrega que paga meu salário. Imagino que sapatênis sejam confortáveis, mas eu literalmente tive que colocar salto alto, collant, peruca e performar como a maior diva do entretenimento da história para que o país começasse a olhar para mim. E isso porque eu já tinha 22 anos de carreira na época. É que meu pai é funcionário público, sabe? Acho que não sabe.
No geral, soube que você está lidando com questões pessoais. Desejo luz e proteção na tua vida, de verdade, e acho que seria prudente focar aí na “interrupção ao seu sossego”. Vai firme e feliz ano novo.
Atenciosamente, Ícaro.
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