Política
Aras diz que Lava Jato em Curitiba tem dados de 38 mil pessoas
O procurador-geral da República Augusto Aras afirmou, nesta terça-feira (28), em entrevista ao grupo de advogados Prerrogativas, que a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba tem dados armazenados de 38 mil pessoas. Segundo Aras, o arquivo do grupo de procuradores tem 350 terabytes, contra 40 do sistema do Ministério Público Federal (MPF)
“Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos. Todo o MPF, em seu Sistema Único, tem 40 terabytes. A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais foram os critérios”, afirmou.
O chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR) disse também que 50 mil documentos estão “invisíveis à corregedoria-geral” do MPF, sem dizer quem estava os ocultando. Ele também criticou a Lava Jato em São Paulo, que segundo ele, construiu “uma metodologia de distribuição personalizada em que membros escolhem os processos que querem”.
Pela Constituição, o procurador-geral é quem pode denunciar criminalmente o presidente da República. Ao ser perguntado pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Augusto se aceitaria uma mudança na lei para que, em algum caso de exceção, um conselho de subprocuradores pudesse analisar a possibilidade, Aras disse que a chance não existe.
Além disso, Aras criticou o sistema de eleição interna da Procuradoria, afirmando que ele é “fraudável”. Ele foi o primeiro PGR escolhido pelo presidente da República fora da lista tríplice feita pela Procuradoria desde 2003. Ademais, Aras pode seguir advogando, uma vez que entrou na carreira em 1987, um ano antes da Constituição – que acabou com essa chance.
Aras disse que os problemas descobertos pela perícia da Controladoria-Geral da União e pelo Comando do Exército não necessariamente provam fraudes, mas que o sistema é sujeito a elas. Ainda segundo ele, foi contratada uma auditoria da Universidade Federal de Santa Catarina (USFC) nas duas últimas eleições da instituição e não foram constatados problemas.
Ele completou afirmando que sua gestão vai buscar transparência e união do MPF: “Cada membro pode agir como sua consciência, mas cada membro não é senhor da instituição. Por isso, existem as câmaras de coordenação”.
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