Política


Decisão do TSE pode manter prefeitos cassados no cargo por causa da pandemia de covid-19


Publicado 13 de julho de 2020 às 07:41     Por Redação AjuNews     Foto José Cruz/Agência Brasil

Uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode manter prefeitos condenados por crime eleitoral no cargo por causa da pandemia de covid-19. Apesar de o presidente da Corte, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, afirmar que novos casos serão analisados individualmente, especialistas afirmam que essa será a jurisprudência.

Segundo o jornal Estadão, o prefeito de Ribeira do Piauí, no Piauí, Arnaldo Araújo (MDB), foi condenado por crime eleitoral, acusado de distribuir dinheiro e material de construção em troca de votos, além de comprar 44 passagens aéreas para levar eleitores de São Paulo até a cidade para votarem nele em outubro de 2016.

A reportagem detalha que as provas foram consideradas suficientes para cassar o mandato em julgamentos de primeira e segunda instâncias. O ministro Og Fernandes, relator do caso da cidade do Piauí, argumentou que a pandemia exige cautela com decisões que impliquem “mudança abrupta na gestão”.

Ainda de acordo com o jornal, no último dia 1.º, ao julgar os caso de Araújo e de Romeiro Mendonça (Progressistas), prefeito de Presidente Figueiredo, no Amazonas, o TSE entendeu que trocar chefes do Executivo municipal agora poderia atrapalhar políticas de combate à covid-19 e que novas eleições em meio à pandemia oferecem riscos à saúde pública.

Também na sessão do dia 1.º, o TSE discutiu a cassação do prefeito de Presidente Figueiredo. Romeiro Mendonça e seu vice foram afastados e reconduzidos ao menos duas vezes, desde novembro do ano passado, devido a recursos julgados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e pelo próprio TSE. O prefeito é acusado de não identificar a origem de 80% do dinheiro arrecadado por sua campanha há quatro anos.

“Impõem-se evitar sucessivas alternâncias nas chefias do Executivo. A saída imediata dos agravantes (prefeito e vice) significaria a quarta mudança de gestão em poucos meses, dada as sucessivas interposições de recursos”, afirmou Salomão, em 1.º de julho. Assim como fez com o prefeito piauiense, o TSE manteve a condenação de Mendonça por abuso de poder econômico, mas o deixou no cargo.



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