Justiça


Em aula, promotor ri ao dizer que “mulherada está apanhando” na pandemia; assista


Publicado 04 de setembro de 2020 às 11:43     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / GloboNews

A corregedoria do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SE) abriu, nesta quinta-feira (3), uma reclamação disciplinar após o promotor Jonnathan Kuhnen dar risadas após dizer em vídeo que a “mulherada está apanhando para (palavrão)” na pandemia. A fala foi dita em uma aula online de doutorado em direito do Centro Universitário Facvest (Unifacvest) e acabou sendo gravada por um dos alunos.

Além do promotor, um outro homem de camisa azul também dá risadas, mas segundos depois ele chega a recriminar Kuhnen. O promotor comenta que a situação é sui generis (única) e pode ser explicada pela presença seguida em casa. “O cara está em casa direto. Aí qualquer coisinha é motivo pra…”, complementa. Nessa parte, o homem de azul interrompe o promotor e diz que “não justifica”. O promotor volta a falar e salienta: “não justifica, mas o cara coloca um negócio aqui e a mulher diz: ‘não, bota a almofada ali’. Isso já é um motivo, cara”.

A aula ocorreu no sábado (29). Inicialmente, a conduta do promotor vai ser analisada pela Corregedoria em uma reclamação disciplinar, que pode evoluir para um processo administrativo que resultará em sanção, de advertência à suspensão.

Em nota ao Uol, o promotor disse que o diálogo ocorreu durante uma conversa informal em aula, da qual era aluno. Por último, Kuhnen ressaltou que, ao longo dos 22 anos de carreira no Ministério Público, nunca sofreu qualquer sanção ou penalidade.

“Em momento algum quis incentivar ou fazer graça da violência contra a mulher. Eu deixo claro (no vídeo) que essa situação me entristece. Mas se de alguma forma a minha fala e o meu jeito de tratar o assunto ofendeu alguém, peço sinceras desculpas. Repito, não foi minha intenção de forma alguma incentivar ou menosprezar a violência contra a mulher. Em tempos de pandemia bem sabemos que muitas mulheres sofrem calada dentro de casa. É preciso denunciar, violência doméstica é crime”, disse.

 



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