A Justiça do Trabalho condenou a empresa Lojas Renner S.A. a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 100 mil a uma funcionária que alegou ter sofrido ataques racistas que a levaram a desenvolver um transtorno psiquiátrico.

A decisão foi da juíza do trabalho Glaucia Alves Gomes, titular da 7ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, que entendeu que ficou configurada a doença ocupacional e a omissão da empresa diante do ocorrido. As informações saõ do G1.

Em nota enviada ao site, a Renner informou que a colaboradora apontada como responsável pela conduta racista não faz mais parte de seu quadro de colaboradores. “A empresa lamenta o ocorrido e reforça que repudia todo tipo de preconceito”, disse a empresa, em nota.

Xingamentos e ameaças
A funcionária relatou no processo que trabalhava na empresa desde novembro de 2017 e que exercia a função de fiscal em uma loja da rede, em um shopping do Rio de Janeiro. Segundo declarado na ação judicial, no dia 25 de agosto de 2018, por volta das 18h, ela teria sofrido ataques racistas por parte de uma colega do trabalho que exercia as mesmas atividades que a sua.

Ainda de acordo com a autora da ação, a empresa não tomou providências efetivas sobre o caso. Logo após o ocorrido, a funcionária, segundo conta no processo, foi diagnosticada com um transtorno misto ansioso e depressivo, precisando tomar medicamentos controlados desde então.

A funcionária contou ainda que a mulher que fez os ataques racistas costumava portar uma faca. Uma testemunha ouvida nos autos confirmou toda a narrativa da funcionária, e disse, inclusive, ter acompanhado via rádio transmissor as ofensas racistas.

A testemunha também afirmou que os xingamentos de “negra filha da p*, vou te matar, você está brincando comigo, crioula” começaram “do nada”.