O ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, admitiu em audiência virtual com aos deputados a existência de relatório de inteligência da pasta sobre 579 servidores públicos que integram grupos ‘antifascistas’. A informação foi publicada pelo jornal Estadão, nesta sexta-feira (07). O chefe da pasta de Segurança foi ouvido em sessão virtual por integrantes da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional, que cobraram explicações após o site Uol revelar que o governo estava monitorando opositores ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Um dia depois de afirmar ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a pasta não persegue adversários políticos do governo e não investiga ninguém, o ministro foi pressionado pelos parlamentares a dizer claramente qual documento o órgão elaborou e quem foram os alvos. Mesmo sem detalhar, Mendonça admitiu, segundo três pessoas presentes no encontro afirmaram ao jornal, a existência de um relatório sobre opositores. Ele disse que irá enviar todo o material produzido pela pasta à comissão na semana que vem, se antecipando a eventual aprovação de requerimento sobre o tema.

O ministro, porém, recusou o termo “dossiê”, afirmando que essa expressão remete a algo ilegal. Ele disse que não há espionagem e não há investigação alguma conduzida pela Secretaria de Operações Integradas (Seopi), órgão vinculado à pasta apontado como responsável por monitorar o grupo de servidores.

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