Política


Moro rebate Bolsonaro e diz que faltou apoio do presidente na criação de uma agenda anticrime e anticorrupção


Publicado 03 de agosto de 2020 às 18:00     Por Roberta Cesar     Foto Antonio Cruz / Agência Brasil

O ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, rebateu o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), neste domingo (2), após o chefe do Executivo declarar em suas redes sociais que o desempenho do governo melhorou em operações de combate ao crime depois que Moro foi substituído por André Mendonça na chefia da pasta. As informações foram publicadas pelo jornal Estadão.

O presidente deixou um recado para Moro dizendo: “Com a troca de Ministro da Justiça, como por um passe de mágica, várias e diversificadas operações foram executadas”. À reportagem, o ex-ministro afirmou que durante sua gestão na pasta faltou apoio de Bolsonaro para ajudá-lo a pôr em prática uma agenda anticrime e anticorrupção no país.

“Tenho que dizer que não houve um grande apoio do presidente para a maioria dessas iniciativas do Ministério, mas penso que há tempo considerável para que o governo retome algumas dessas bandeiras, como a aprovação da PEC [Proposta de Emenda Constitucional] da segunda instância, o que é muito mais efetivo do que a multiplicação de operações policiais de buscas e apreensão”, afirma.

Em resposta à declaração de Bolsonaro, Moro disse que ‘não há passe de mágica’ em relação a implementação de políticas de Segurança Pública. O ex-juiz, que ficou conhecido por sua atuação no julgamento de processos da Operação Lava Jato, frisou que boa parte das operações recentes da Polícia Federal (PF) são oriundas de investigações da Lava Jato.

“Essas operações, em regra, são trabalhadas durante meses. Em alguns casos é questão de anos. Muitas das operações deflagradas recentemente tiveram origem em apurações realizadas durante a Operação Lava Jato e no acordo celebrado com a Odebrecht. Então, não há “passe de mágica”, mas um trabalho duro que vinha sendo realizado na minha gestão e que, em boa parte, foi consequência do meu trabalho como juiz federal”, rebateu.



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