Política


MP-RJ aponta ‘enriquecimento ilícito’ de Flávio Bolsonaro e valor ‘incalculável’ pago em espécie por Queiroz, diz jornal


Publicado 17 de novembro de 2020 às 10:44     Por Eduardo Costa     Foto Jefferson Rudy/Agência Senado

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) encontrou indícios de “enriquecimento ilícito” do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e um valor “incalculável” pago em espécie para despesas da família pelo seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, no escândalo das “rachadinhas”. O documento da Promotoria foi obtido pelo jornal O Estado de São Paulo.

A denúncia imputa a Flávio, sua mulher Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro e mais 15 pessoas os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato. O esquema, que aconteceu enquanto ele era deputado estadual, teria desviado R$ 6 milhões dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Flávio foi acusado pelo MP de constituir e liderar uma organização criminosa que desviava recursos por meio de nomeações ou manutenções de funcionários “fantasmas”, devolvendo parte dos seus salários a Queiroz, que era o operador do esquema. Segundo a investigação, outro nome importante era Miguel Ângelo Braga Grillo, o ‘Coronel Braga’, que chefiava o gabinete de Flávio na Alerj e hoje recebe R$ 22,9 mil/mês no gabinete de Flávio no Senado.

Segundo a promotoria, do montante total, R$ 2.079.149,52 foram comprovadamente repassados à conta de Queiroz, e outros R$ 2.154.413,45 foram disponibilizados à organização criminosa ‘mediante saques elevados de dinheiro em espécie na boca do caixa’. Parte do valor era repassado para Queiroz por meio de transações imobiliárias, fiscais e bancárias do casal Flávio e Fernanda.

Ao final,  o documento do MP diz: “Mesmo sem considerar todos os gastos ordinários que podem ter sido pagos com dinheiro em espécie pelo casal […] o resultado do fluxo de caixa anual indica que o somatório das receitas lícitas não seria suficiente para cobrir as despesas do casal e suas filhas, resultando em uma injustificável evolução patrimonial a descoberto no período”.

Com a identificação da lavagem de dinheiro, o MP-RJ pediu que caso seja condenado, Flávio Bolsonaro perca todos os seus bens relacionados aos crimes, como um apartamento na Barra da Tijuca no valor de R$ 2.550.000,00. Além disso, solicita a sua interdição de qualquer cargo público por oito anos.

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