Saúde
‘Não podemos usar como pretexto o coronavírus para soltar presos’, diz Sergio Moro
O ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que o governo pretende vacinar presos contra a gripe comum, para evitar confusão com sintomas do novo coronavírus (covid-19), e não endossa os movimentos para soltar presos durante a pandemia. A declaração foi confirmada, nesta sexta-feira (20), ao jornal Folha.
Para Moro não se pode usar como pretexto de proteger a população prisional, vulnerar excessivamente a população que está fora das prisões com a saída de presos das cadeias. “Alguns fazem a proposta de soltar todos os presos que não tenham sido condenados por violência ou grave ameaça. Estamos falando de todo tráfico de drogas, basicamente. Grande parte dos grandes traficantes foram condenados só por tráfico. E vamos soltar todos os traficantes do país? Não faz sentido”, afirmou.
O ministro não quis falar sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro que minimizou a pandemia da covid-19 e não cumpriu as orientações do Ministério da Saúde que pediu para evitar aglomerações. No domingo (15), Bolsonaro que está sob suspeita de ter contraído coronavírus participou ativamente das manifestações em Brasília.
Segundo o ministro, não existe caso confirmado de pessoa em cárcere com coronavírus, mas pode avaliar uma ampliação da prisão domiciliar.
“Tudo que se faz nessa área tem um risco de dano colateral. Não podemos, a pretexto de proteger a população prisional, vulnerar excessivamente a população que está fora das prisões. Como não temos que as atividades criminais serão suspensas ou interrompidas, tampouco pode se paralisar a segurança pública”, disse.
O Conselho Nacional de Justiça e a Procuradoria Geral debatem solturas de presos nesse período. Moro justifica que são recomendações a serem levadas caso a caso.
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