Política


PGR pede ao STF abertura de inquérito contra Weintraub por crime de racismo contra chineses


Publicado 14 de abril de 2020 às 17:34     Por Roberta Cesar     Foto Valter Campanato / Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para investigar um suposto crime de racismo cometido pelo ministro contra a China. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo, nesta terça-feira (14).

No início do mês, em meio à pandemia do novo coronavírus (covid-19), Weintraub publicou em seu Twitter um post satirizando o modo de falar dos chineses, o que provocou uma dura reação da embaixada da China no Brasil. De acordo com a publicação, o ministro da Educação insinuou que os chineses poderiam se beneficiar da crise decorrente do coronavírus e chegou a usar a forma de falar do personagem Cebolinha, de Maurício de Sousa, que fala trocando o “r” pelo “l”, em uma referência ao sotaque de chineses que falam português. O embaixador da China, Yang Wanming, chamou Weintraub de racista e o ministro apagou a publicação.

O pedido de abertura do inquérito foi enviado ao STF pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques, responsável pelas investigações criminais da PGR. Se o STF determinar a abertura do inquérito, a PGR poderá realizar diligências, tomar o depoimento de Weintraub e colher provas. Ao final da instrução, Humberto Jacques vai decidir se vai denunciar o ministro da Educação ao STF por racismo.

Após uma análise jurídica, o vice-PGR avaliou que havia fortes indícios para iniciar um inquérito contra Weintraub. Essa é a primeira investigação aberta pela PGR contra um membro do governo Bolsonaro desde que Augusto Aras foi indicado ao comando da instituição. Na semana passada, a PGR arquivou seis representações apresentadas contra declarações e atos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19), que apontavam uma possível ocorrência de crime de violação de medida sanitária. A PGR entendeu que a situação não caracteriza crime porque o presidente não teve diagnóstico positivo para o coronavírus e, por isso, não apresenta risco às pessoas ao sair às ruas.



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