O empresário José Teófilo de Santana Neto, conhecido como Téo Santana, prestou depoimento, nesta sexta-feira (21), durante audiência de instrução na 9ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ-SE), em Aracaju. O caso envolve o vereador da capital sergipana, Cabo Amintas (PTB), denunciado pelo Ministério Público de Sergipe (MP-SE) por supostamente ter pedido propina para que não denunciasse fraudes envolvendo a contratação de bandas na Casa Legislativa, nem iniciasse uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).

Segundo a denúncia, o parlamentar investigado por corrupção passiva pediu R$ 100 mil para o empresário. O mesmo valor também teria sido pedido ao presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Luiz Roberto Dantas de Santana e ao presidente da Câmara de Vereadores, Nitinho (PSD).

Nesta manhã, quando deixava o local da audiência, Cabo Amintas disse ao AjuNews que está tranquilo diante da situação. “Mas fico revoltado com esse tipo de armação. Tenho certeza de que serei absolvido, pois sou um homem que combate à corrupção”. O advogado do réu, Saulo Caldas, não quis entrar em detalhes sobre os pontos da audiência, mas disse estar confiante em um desfecho favorável para Amintas.

O empresário Téo Santana e seu advogado Fábio Brito não quiseram se manifestar sobre o assunto.

Máfia dos Shows
O vereador foi um dos denunciantes do suposto esquema que ficou conhecido como Máfia dos Shows. Em abril do não passado, a Polícia Civil, através do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária (Deotap), apresentou as conclusões das primeiras investigações sobre a suposta ‘Máfia dos Shows’, referente às contratações de shows artísticos e eventos realizados entre os anos de 2009 a 2015.

Segundo a polícia, foram analisados contratos da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) e de quatro empresas vinculadas ao empresário Téo Santana. Além do empresário, foram indiciados um familiar dele, o ex-presidente da Funcaju e atual vereador Nitinho Vitale e mais cinco pessoas.

O inquérito foi liderado pela delegada Nádia Flausino, do Deotap, que detalhou o diagnóstico das contratações das empresas do empresário com a Funcaju. “Essas empresas formavam um agrupamento, não estavam registradas em nome do empresário, mas eram utilizadas por ele e essas empresas contrataram cerca de R$ 55 milhões em todo o estado nesse período da investigação”, destacou a delegada.

A autoridade policial disse também que as empresas citadas teriam substituído umas às outras, conforme os interesses do empresário com a intenção de dominar o mercado, garantindo as contratações.

*Com informações do repórter Peu Moraes