Política


Tribunal de Contas aponta sobrepreço de R$ 4,7 mi em gestões de Eduardo Paes por serviço do ex-sócio de Lulinha


Publicado 12 de janeiro de 2021 às 10:00     Por Fernanda Sales     Foto Juca Valella/ Agência Estado

Relatório apresentado pelo Tribunal de Contas do Rio de Janeiro aponta um sobrepreço de R$ 4,7 milhões por serviço realizado pela empresa de Jonas Suassuna, ex-sócio de Fábio Luís Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, para a Prefeitura do Rio de Janeiro.

De acordo com informações da Folha de São Paulo, o serviço de disparo de mensagens de Central 1746, feito por três anos das duas primeiras gestões do prefeito Eduardo Paes (DEM), que voltou ao comando da cidade em 2021, é um dos alvos de investigação da Operação Mapa da Mina, deflagrada há cerca de um ano. Depoimentos apontam que o acordo com o município foi obtido por meio de influência do ex-presidente.

O contrato foi fechado em 2011 entre a Secretaria Municipal da Casa Civil e a Oi, que subcontratou a Gol Mobile, de Suassuna, para executar todo o serviço. Planilhas das duas empresas indicam que a firma do empresário recebeu 51,3% do total pago pelo município e 76% do líquido recebido pela Oi, após o desconto de impostos.

Segundo a reportagem, a suspeita da Polícia Federal é de que o dinheiro pago pela tele à Gol Mobile era direcionado à família do ex-presidente Lula, por meio de Suassuna. Uma parte teria sido usada na compra do sítio de Atibaia (SP), cuja reforma gerou condenação do ex-presidente.

O ex-presidente e seu filho afirmaram não ter qualquer relação com o serviço prestado por Suassuna. O empresário declarou que o serviço prestado foi fiscalizado pela Receita Federal, sem ter sido detectada qualquer fraude. A Oi disse que auditoria externa não detectou irregularidades.

Ao site, a defesa de Fábio Luís informou através de nota, que o filho do ex-presidente Lula “jamais foi sócio da empresa Gol Mobile, do empresário Jonas Suassuna, do Rio de Janeiro”.

“O que se vê, mais uma vez, são malabarismos para envolver Fábio Luiz Lula da Silva em uma história que não é dele. As suspeitas devem ser investigadas, mas não podem ser tratadas como verdades”, disseram os advogados Fábio Tofic e Marco Aurélio de Carvalho.

Também por meio de nota, a Oi afirmou que “colabora de forma transparente com as investigações de autoridades competentes, prestando todos os esclarecimentos necessários, tanto na esfera administrativa como na judicial”.



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