Saúde


Após polêmica, OMS afirma que assintomáticos transmitem covid-19


Publicado 09 de junho de 2020 às 17:18     Por Dhenef Andrade     Foto Tomaz Silva / Agência Brasil

Após repercussão, a Organização Mundial da Saúde (OMS) negou que pessoas sem sintomas do novo coronavírus (covid-19), os assintomáticos, não transmitam a doença. A declaração foi feita, nesta terça-feira (9), pela pela infectologista e chefe do Departamento de Doenças Emergentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove.

A organização ainda reiterou que as quarentenas devem ser mantidas como estratégia de combate ao avanço da pandemia e rejeitou a interpretação de que estudos tenham concluído de forma definitiva que pessoas sem sintomas não repassam o vírus.

“Estamos absolutamente convencidos de que a transmissão por casos assintomáticos está ocorrendo, a questão é saber quanto”, disse o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan.

Segundo o jornal Folha de São Paulo, a nova fala, feita às pressas, foi para esclarecer a realizada na segunda-feira (8), onde ela afirmou que parece ser raras a transmissão entre assintomáticos da covid-19. Kerkhove, porém, citou apenas um estudo de pequeno porte. Segundo ela, houve má interpretação na mensagem passada.

“Para realmente entender quantas pessoas não têm os sintomas, pois ainda não temos essa resposta, existem algumas estimativas. Elas sugerem que entre 6% e 41% da população podem estar com o vírus, mas não apresentar os sintomas. Acho que é um mal-entendido afirmar que uma transmissão assintomática globalmente é muito rara, sendo que eu estava me referindo a um subconjunto de estudos”, disse.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), durante a 34ª reunião do Conselho de Ministro, nesta terça-feira (9), usou a declaração da OMS para defender a flexibilização da quarentena no país.

“Ontem a OMS também disse que a transmissão de pessoas assintomáticas é praticamente zero. Muitas lições serão tomadas. Isso pode sinalizar a uma abertura mais rápida e do comércio e a extinção de medidas mais rígidas autorizadas pelo STF e por prefeitos e governos estaduais. O governo federal não participou disso. Vai ter muita discussão”, disse.



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