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Após policiais matarem advogado com choques elétricos, sete pessoas morrem em protestos na Colômbia; veja vídeo


Publicado 10 de setembro de 2020 às 13:13     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução

A morte de um advogado submetido a incessantes choques elétricos com uma arma tipo taser, quando estava sob custódia policial em Bogotá, na Colômbia, na quarta-feira (9), reavivou o debate sobre o uso excessivo da força e a brutalidade por parte da polícia e gerou protestos contra a violência policial, deixando ao menos sete mortos, até esta quinta-feira (10). As informações são do jornal El País.

Segundo a reportagem, a vítima foi identificada como Javier Ordóñez, de 43 anos. As imagens do momento em que dois policiais dão os choques no advogado pai de dois filhos, no distrito de Engativá, zona noroeste de Bogotá, inundaram as redes sociais e causaram comoção no país.

No vídeo, os agentes se ajoelham em cima do homem detido, num episódio que recorda a morte do afro-americano George Floyd, em maio. Durante mais de dois minutos, várias pessoas gravam a cena, e se ouve Ordóñez, sem camisa, implorar para que parem. “Estou me afogando”, consegue dizer, em meio aos eletrochoques.

“Ele está pedindo por favor, nós estamos gravando”, alertam testemunhas aos policiais, também pedindo a eles que libertem o homem. “Por que vocês continuam a agredi-lo se agora há pouco pediu por favor?”, perguntam os moradores, sem conseguir resposta, até que chegam mais dois agentes.

Segundo o coronel Alexander Amaya, os policiais haviam sido mobilizados ao receberem um chamado por “uma suposta briga”, e ao chegarem ao local se depararam com oito pessoas discutindo, alcoolizadas.

“Trata-se de dissuadir estas pessoas, mas se tornam agressivas contra a Polícia. A Polícia teve que controlá-las, e umas destas pessoas é conduzida ao CAI [distrito policial]. Nestes momentos, uma delas apresenta moléstias em sua saúde física e imediatamente é levada ao centro médico mais próximo. Infelizmente chega sem sinais vitais”, declarou o chefe de polícia no começo da manhã de quinta.

De acordo com depoimentos de amigos de Ordóñez, citados nos meios de comunicação, um dos agentes lhe disse: “Desta você não se salva”, enquanto ele respondia que lhe lavrasse a infração, o consumo de álcool está restrito na Colômbia por causa da pandemia do coronavírus, antes que a agressão começasse. Ele foi levado a um posto policial e, de lá, para uma clínica, onde morreu.

O episódio provocou uma série de confrontos entre a população e as forças policiais da capital colombiana. Algumas delegacias de polícia foram atacadas e regiões da cidade viraram um caos por algumas horas. Além dos mortos, pelo menos outras 20 pessoas tiveram ferimentos.
As autoridades não detalharam as circunstâncias desses cinco óbitos. Na madrugada desta quinta, porém, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, ofereceu uma recompensa pela “captura dos autores do assassinato”.

Ele também disse que “rejeita e condena qualquer ato de um membro da Polícia que incorra em violações à lei ou desconhecimento dos regulamentos internos”. Salientou que os dois agentes já são alvo de investigação disciplinar e penal e que a instituição pretende colaborar plenamente com as autoridades competentes.

Durante os protestos, 46 postos policiais, conhecidos como Centros de Atenção Imediata (CAI), e dezenas de ônibus públicos foram destruídos, relatou a prefeita Claudia López, do partido progressista Aliança Verde. Ela ofereceu assistência jurídica aos familiares da vítima e exigiu uma pena exemplar aos responsáveis diretos, além de “uma reforma estrutural que previna e puna o abuso policial”.

A prefeitura já havia recriminado e denunciado os abusos, mas a polícia não tomou medidas sérias, por isso o Executivo municipal insistirá nessas mudanças conjuntamente com a Procuradoria e a Defensoria do Povo. “Não é uma questão de algumas maçãs podres entre as saudáveis. A vida é sagrada!”, afirmou López, antecipando-se a um argumento habitual na Colômbia quando se fala de comportamentos inapropriados por parte de agentes públicos. “O abuso policial é inaceitável”, enfatizou a prefeita.

 

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APÓS POLICIAIS MATAREM ADVOGADO COM CHOQUES ELÉTRICOS, SETE PESSOAS MORREM EM PROTESTOS NA COLÔMBIA ? A morte de um advogado submetido a incessantes choques elétricos com uma arma tipo taser, quando estava sob custódia policial em Bogotá, na Colômbia, na quarta-feira (9), reavivou o debate sobre o uso excessivo da força e a brutalidade por parte da polícia e gerou protestos contra a violência policial, deixando ao menos sete mortos, até esta quinta-feira (10). As informações são do jornal El País. ? Segundo a reportagem, a vítima foi identificada como Javier Ordóñez, de 43 anos. As imagens do momento em que dois policiais dão os choques no advogado pai de dois filhos, no distrito de Engativá, zona noroeste de Bogotá, inundaram as redes sociais e causaram comoção no país. ➡️ O episódio provocou uma série de confrontos entre a população e as forças policiais da capital colombiana. Algumas delegacias de polícia foram atacadas e regiões da cidade viraram um caos por algumas horas. Além dos mortos, pelo menos outras 20 pessoas tiveram ferimentos. As autoridades não detalharam as circunstâncias desses cinco óbitos. Na madrugada desta quinta, porém, o ministro da Defesa, Carlos Holmes Trujillo, ofereceu uma recompensa pela “captura dos autores do assassinato”. ✅ Leia mais no site l LINK NA BIO #AjuNews #mundo #colombia

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