Política


Governo Biden pode tirar o comando de Ernesto Araújo como chanceler brasileiro


Publicado 14 de janeiro de 2021 às 09:44     Por Fernanda Sales     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, toma posse na próxima quarta-feira (20) e o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, pode perder o posto no comando da política externa. Ernesto tem uma política alinhada ao presidente Donald Trump e com a saída do aliado do poder, o ministro pode não sobreviver ao cargo. As informações são do Uol.

De acordo com a publicação, após frequentes ataques de Jair Bolsonaro (sem partido) ao novo presidente americano, será preciso um sinal de paz se o país quiser continuar com uma relação amigável com os EUA. Um grande sinal de mudança de tom na política externa seria a demissão do atual ministro de Relações Exteriores, indicam especialistas ouvidos pelo site.

“A gente nunca tinha tido um chanceler declaradamente fã de um presidente americano dessa forma, a ponto de chamá-lo de a ‘última esperança’ do mundo ocidental e coisas do tipo. Então a situação do Ernesto é muito complicada”, explicou o professor da Fundação Getúlio Varga (FGV), Guilherme Casarões.

Segundo o Uol, Araújo se tornou chanceler com a promessa de trazer uma “nova política externa” ao Itamaraty, uma política de alinhamento automático aos Estados Unidos e contra o globalismo. Porém, para analistas em relações internacionais, o alinhamento na verdade foi ao presidente Trump, o que se provou problemático especialmente após suas ações nos últimos dias no cargo.

Para Ernesto e a ala chamada ideológica do governo Bolsonaro, Biden é um globalista, já que defende as instituições internacionais como a ONU (Organização Mundial da Saúde). Portanto, seria um “inimigo” desse grupo. Com Biden agora no poder, será necessário repensar essa política externa proposta pelo chanceler.

Na posse do dia 20, Ernesto Araújo estará de férias. Um despacho publicado na terça-feira (12) no Diário Oficial da União informou que ele se ausentará do dia 16 ao dia 22 da semana que vem.

Outra possibilidade levantada pelos especialistas é de que Ernesto não seja removido do cargo, mas perca ainda mais a sua relevância nos assuntos internacionais. Nesse sentido, o vice-presidente Hamilton Mourão seria um candidato a assumir a tarefa.

Para o site, outro ministro do governo que também ficaria por um fio durante o governo de Joe Biden seria Ricardo Salles, líder da pasta de Meio Ambiente. Segundo especialistas, a questão ambiental será central no novo governo americano e é onde ele bate de frente com o Brasil.

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