Polícia


Investigações apontam que os 5 maiores traficantes do Brasil estão escondidos na Bolívia


Publicado 04 de novembro de 2020 às 11:00     Por Fernanda Sales     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal e a Polícia Civil de São Paulo continuam sem pistas do paradeiro dos cinco maiores narcotraficantes do Brasil, que são ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) e têm condenações, mas deixaram a prisão pela porta da frente e agora são procurados. A novidade sobre o caso é que há suspeitas de que André Oliveira Macedo, 43, o André do Rap; Anderson Lacerda Pereira, 40, o Gordão; Suaélio Martins Lleda, 55; Moacir Levi Correa, 42, o Bi da Baixada; e Valdeci Alves dos Santos, 48, o Colorido, estejam escondidos na Bolívia e, de lá, comandam remessas de drogas para a Europa via porto de Santos.

As informações foram divulgadas pelo colunista Josmar Jozino, do Uol, nesta quarta-feira (4), enfatizando que juntos, os criminosos somam um patrimônio estimado em R$ 500 milhões. Segundo o colunista, os agentes federais informaram que André do Rap, Anderson, Suaélio e Moacir, além de integrarem o PCC são da mesma quadrilha de narcotraficantes. Os quatro foram investigados pela PF durante a Operação Oversea, em 2014, e acabaram condenados sob a acusação de exportar toneladas de cocaína para a máfia italiana Ndrangheta, da Calábria.

Assim como esses traficantes internacionais, Valdeci também tem como forte reduto a cidade de Santos (SP). Ele é acusado pelo Ministério Público de São Paulo de ser o maior fornecedor de drogas para o PCC nas ruas. O criminoso responde a processo por lavagem de dinheiro e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de SP na semana retrasada.

As libertações dos maiores traficantes de drogas do país tiveram repercussão internacional. No Brasil, as solturas causaram indignação e provocaram polêmica nos meios jurídico, político, advocatício e policial.

Sobre os condenados
Condenado a 15 anos e seis meses, André do Rap deixou a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau no dia 10 de outubro deste ano. Ele foi solto a mando do ministro Marco Aurélio de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). O narcotraficante é dono de aeronaves, barcos de luxo, mansões e veículos importados. O Ministério Público e a Polícia Civil calculam em R$ 150 milhões o patrimônio de André do Rap.

Já Moacir, o parceiro de André do Rap, também foi libertado por ordem do ministro Marco Aurélio de Mello. Ele é condenado a 29 anos e estava preso na Penitenciária Federal de Porto Velho. O criminoso responde a processo por tentativa de homicídio.

Outro narcotraficante acusado de ter patrimônio milionário, avaliado em R$ 130 milhões é Anderson Gordão. Segundo a publicação, as apurações da Polícia Civil dão conta que ele é dono de 15 casas de alto padrão em um condomínio de Arujá (SP), além de 38 clínicas médicas e odontológicas e um minizoológico na Grande São Paulo. Condenado a sete anos por tráfico internacional, Anderson foi preso em 2010 e acabou solto em agosto de 2011. Ele é procurado pela PF desde 2014 por causa do envolvimento na operação Oversea.

O narcotraficante Suaélio saiu pelo portão principal da Penitenciária 1 de Mirandópolis em julho deste ano. Ele foi solto por determinação de um desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, por ser considerado do grupo de risco de covid-19. Após insistentes apelos do Ministério Público, a Justiça voltou atrás na decisão. Mas já era tarde. A exemplo de André do Rap e Moacir, o criminoso Suaélio também prometeu ir para Santos, onde tem residência, mas desapareceu. Ele é condenado a 41 anos.

E o criminoso Valdeci está nas ruas desde 7 de agosto de 2014, ele é acusado de integrar a alta cúpula do PCC e deixou a prisão ao ser beneficiado pela Justiça com a saída temporária do Dia dos Pais. Deveria ter retornado ao presídio na semana seguinte para cumprir a pena em regime semiaberto, mas jamais voltou. Valdeci é um dos 20 criminosos investigados pela Operação Sharks, deflagrada em setembro deste ano pelo MP e é réu por lavagem de dinheiro.

Leia mais:
Operação para prender André do Rap deve custar em torno de R$ 5 milhões à PF
Ministros do STF negaram 79% de pedidos de liberdade em casos similares ao de André do Rap



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso