Política


Assessoras repassaram salários a advogado de Flávio Bolsonaro nas eleições, diz jornal


Publicado 29 de setembro de 2020 às 09:44     Por Peu Moraes     Foto Tânia Rego / Agência Brasil

O levantamento feito pelo site Uol com base na quebra do sigilo bancário de pessoas ligadas ao senador Flávio Bolsonaro (Republicanos), mostra que duas assessoras repassaram um total de R$ 27 mil, após seus salários e auxílio-alimentação caírem em suas contas bancárias, ao advogado do parlamentar durante o período da campanha eleitoral do ano de 2018. As informações foram publicadas, nesta terça-feira (29). De acordo com reportagem, o suposto esquema de “rachadinha” aconteceu enquanto Flávio, era deputado estadual do Rio de Janeiro.

Ainda segundo o site, foram 22 repasses realizados todos os meses entre junho e dezembro de 2018, período que abrangeu as eleições, ao advogado Luis Gustavo Botto Maia, responsável pela parte jurídica da candidatura de Flávio Bolsonaro ao Senado. Ele recebeu depósitos regulares sendo 15 de Alessandra Cristina Oliveira e outros sete de Valdenice Meliga. As duas eram assessoras parlamentares de Flávio Bolsonaro Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e, ao mesmo tempo, dirigentes do PSL, partido da família Bolsonaro naquele ano. Procurados pela reportagem, Flávio, o advogado e seus ex-assessores não se manifestaram.

Em junho, o advogado Botto Maia foi alvo de um mandado de busca e apreensão pela suspeita de participar de uma tentativa de obstruir as investigações sobre o esquema da rachadinha. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirmou que Botto Maia participou da discussão de um plano de fuga de Queiroz e sua família.

Os dados bancários mostram ainda a ocorrência de outros repasses. Além de transferir para Botto Maia, Valdenice fazia repasses para Alessandra. Por sua vez, Valdenice recebia depósitos mensais de Lídia dos Santos Cunha, outra assessora parlamentar de Flávio Bolsonaro na Alerj. Valdenice Meliga e Lídia dos Santos Cunha não responderam às mensagens enviadas aos seus respectivos e-mails. Lídia não atendeu os telefonemas da reportagem.

Depois que Flávio Bolsonaro deixou a Alerj e assumiu vaga no Senado, Valdenice, Alessandra e Lídia assumiram outras vagas remuneradas com dinheiro público. Em março de 2019, as três passaram a exercer funções administrativas no PSL, com salários que chegavam a R$ 11,1 mil. A contratação das três ocorreu exatamente no mesmo dia, 19 de março. A sigla foi presidida por Flávio até o rompimento da família Bolsonaro com o partido, em novembro de 2019.

Já Botto Maia entrou na folha de pagamento da Alerj em julho de 2019, como chefe de gabinete da liderança do PSL, ocupada pelo deputado estadual Renato Zaca. Foi exonerado em junho deste ano, depois do mandado de busca e apreensão em seus endereços. O advogado também é alvo de um processo ético-disciplinar na OAB-RJ



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