Política


Áudio inédito entre ex e atual assessora de Samuel Carvalho revela mais detalhes da suposta ‘rachadinha’


Publicado 29 de dezembro de 2021 às 09:23     Por Fernanda Sales     Foto Jadilson Simões / Assembleia Legislativa de Sergipe

Um áudio inédito revela novos detalhes da suposta ‘rachadinha’ que teria sido praticada no gabinete do deputado estadual Samuel Carvalho (Cidadania). O novo áudio, divulgado por fonte anônima ao site Imprensa 24h, mostra um diálogo de ligação telefônica entre a ex-assessora parlamentar e a atual assessora, contratadas com recursos da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese).

Em outubro deste ano, o AjuNews revelou o primeiro áudio de Gildete Dias Menezes, ex-assessora parlamentar do deputado Samuel, em uma conversa com o chefe de gabinete do parlamentar, José Carlos Almeida. Ainda no mesmo mês, Gildete registrou boletins de ocorrência para denunciar a prática de rachadinha no gabinete do parlamentar na Alese. De acordo a denunciante, Adriana Menezes, esposa do deputado, recolhia mensalmente mais da metade da remuneração que a assessora recebia do gabinete.

Neste novo áudio, Gildete conta a também assessora do deputado Maria Alcileide Costa da Silva, que foi exonerada do cargo a pedido de Adriana quando estava internada numa unidade hospitalar em Aracaju. Com a exoneração, Gildete teve o plano de saúde suspenso (Ipesaúde) e teve de deixar o hospital sem que tivesse a devida alta médica.

Percebe-se que no novo áudio, Alcileide se mostra surpresa com a informação de Gildete e diz que não sabia de nada, pois, segunda ela, Adriana só mantinha contato “pra pegar o dinheiro”, para combinar de ir buscar uma parte do salário da assessora parlamentar do marido.

“Adriana me tirou lá da Assembleia”, conta Gildete, acrescentando que não havia motivo para a exoneração. “Eu tava internada no hospital e o hospital me botou pra fora, porque o plano… bloqueou o plano né? Do Ipes. E eu internada e aí tive que sair de dentro do hospital, que Adriana foi e bloqueou”, revela a ex-assessora.

Ainda segundo Gildete, do salário líquido de R$ 2.717,03 que recebia mensalmente como assessora de Samuel entre abril de 2020 e abril de 2021, só tinha direito a ficar com R$ 600, pois a outra parte era entregue a Adriana. No diálogo, Gildete, que é tia de Adriana Menezes, conta que desempenhava seus serviços não no gabinete ou no escritório de apoio, mas como emprega doméstica “na casa de Silvia”.

O Ministério Público de Sergipe (MP-SE), com base na denúncia apresentada, intimou a ex-servidora a prestar esclarecimentos ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado e conduz, em segredo, uma investigação sobre o caso.

No áudio já divulgado pelo AjuNews, o chefe de gabinete do parlamentar, José Carlos Almeida, confirmou que teve que intervir no pedido de exoneração de Maria Alcileide Costa da Silva. “Você sabe, né? É… que ela [Adriana Menezes] pega o dinheiro de todo mundo, né? Rapaz, Leda [Maria Alcileide Costa da Silva], eu falei com Leda agora, ela disse que o motorista vai todo mês “panhar” o dinheiro”, afirmou José Carlos numa conversa Gildete.

Ainda em outubro, após a divulgação da denúncia, Gildete informou ao AjuNews que sofreu duas ameaças de morte. De acordo com ela, uma das ameaças foi feita pelo seu sobrinho, Rafael Gomes de Menezes, filho de uma das suas irmãs e irmão de Adriana Menezes, esposa do deputado Samuel Carvalho. Após as ameaças, ela prestou um Boletim de Ocorrência (BO).

Na época da divulgação da denúncia, o deputado estadual Dr. Samuel Carvalho negou através de nota a existência de um suposto esquema de “rachadinha” em seu gabinete. Segundo ele, a notícia publicada é inverídica e não passa de mais uma tentativa da oposição para descredibilizar o seu trabalho e manchar a sua reputação. E nesta quarta-feira (29), o AjuNews solicitou novo posicionamento do deputado, mas aguarda posicionamento. O site segue à disposição.

Com informações do Imprensa 24h.

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