O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confundiu tarifação de impostos por importação com impostos sobre empresas. A conversa entre o presidente e jornalistas foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo, neste domingo (26).

A gafe ocorreu quando o presidente, que está em visita oficial à Índia, foi questionado por um jornalista sobre a previsão de redução de impostos para o crescimento de empresas no Brasil. Bolsonaro respondeu que redução pode quebrar indústria nacional. “Como Guedes já me disse que, se fizer de uma hora para outra, ele quebra a indústria nacional. E imposto não é só o governo federal. Temos os estaduais e os municipais”.

Confrontado com a informação de a Índia havia começado a recuperar sua economia com a redução de impostos, Bolsonaro voltou a dizer que tem conversado com Guedes e que não é possível reduzir os impostos de uma hora para outra. “Se reduzir de uma forma abrupta, você vai quebrar, vai desnacionalizar… Agora, a carga tributária do Brasil é um absurdo”.

Após argumento do repórter de que redução de impostos aumentaria investimento por parte das empresas, Bolsonaro concordou, e disse que o presidente americano Donald Trump havia feito isso, e a economia havia crescido”. Afirmação feita pelo presidente confrontou o que o mesmo havia dito sobre a redução desnacionalizar a indústria.

“Olha, a gente sempre busca industrialização, tendo preferência sobre importação, esse é o objetivo final, mas se for devagar, dá para diminuir…Você viu a briga dos EUA com a China?”, disse o presidente brasileiro.
Ao final da entrevista, o jornalista colocou que o presidente não falava sobre as empresas, mas sim sobre os impostos de importação. “É, os impostos são muito caros no Brasil…”, finalizou Bolsonaro.

Em nova pergunta, agora feita por outro repórter, Bolsonaro foi questionado sobre o tipo de reforma tributária que defende. “Eu já falei que não entendo nada de economia. Eu contratei um ‘posto Ipiranga’… E eu não vou contratar o Nelson Piquet para trabalhar comigo e botar do lado, enquanto eu dirijo o carro”, concluiu o presidente.