Política


Bolsonaro manda repórteres calarem a boca e nega interferência na PF


Publicado 05 de maio de 2020 às 11:44     Por Redação AjuNews     Foto Anto

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) subiu o tom durante coletiva, na manhã desta terça-feira (5), em frente ao Palácio da Alvorada, quando foi questionado sobre as recentes mudanças na Polícia Federal (PF). Na ocasião, Bolsonaro mostrou uma imagem que reproduzia a manchete da edição impressa da Folha desta terça- e, referindo-se à manchete “Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro”, disse que não interferiu na corporação e chamou o jornal de “canalha”, “patife” e “mentiroso”.

“Que imprensa canalha a Folha de S.Paulo. Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo. O atual superintendente do Rio de Janeiro, que o [ex-ministro Sergio] Moro disse que eu quero trocar por questões familiares. Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia Federal, nem eu nem meus filhos, zero. Uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente [da PF no Rio]”, disse o presidente.

Ele foi questionado por jornalistas se havia pedido a mudança na superintendência da PF no Rio de Janeiro. Foi aí que ele disse para os profissionais calarem a boca. “Cala a boca, não perguntei nada”, respondeu a um primeiro questionamento, feito por uma repórter de O Estado de S. Paulo. “Folha de S.Paulo, um jornal patife e mentiroso”. Questionado em seguida pela Folha, o presidente gritou novamente: “cala a boca, cala a boca”.

Neste terça-feira, para rechaçar que teria promovido ingerência na PF, Bolsonaro disse que Carlos Henrique Oliveira será diretor-executivo da corporação, o “zero dois” da estrutura da polícia. “Para onde ele [Oliveira] está indo? Para ser diretor-executivo da Polícia Federal. Ele vai sair da superintendência —são 27 superintendências— para ser diretor-executivo. Eu tô trocando ele? Eu tô tendo influencia sobre a Polícia Federal? Isso é uma patifaria”, afirmou.

“[Ele] está saindo de lá [RJ] para ser diretor-executivo a convite do atual diretor-geral. Não interferi nada. Se ele fosse desafeto meu e, se eu tivesse influência na Polícia Federal, ele não iria para lá. Não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não interfiro na PF.”



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