O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) usou cinco ministérios, o Exército, a Aeronáutica e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) para difundir o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, remédios que não têm comprovação de ser eficazes no tratamento contra a covid-19. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo, neste sábado (6).

A reportagem identificou diversas ações oficiais adotadas pelo governo para garantir que o remédio continuasse circulando. Entre os ministérios envolvidos estão os da Saúde, Economia, Defesa, Relações Exteriores e Ciência e Tecnologia.

De acordo com o jornal, o envolvimento das pastas vai desde a orientação técnica para o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina até o fornecimento final desses medicamentos, além de passar por isenções de impostos e facilitações para a circulação dos remédios sem eficácia comprovada.

Conforme apurado a partir dos dados, após solicitações dos Ministérios da Defesa e da Saúde, o Exército produziu 3,2 milhões de comprimidos de cloroquina e gastou R$ 1,16 milhão. Já a Aeronáutica, ficou responsável pelo transporte de caixas de cloroquina em diferentes locais, segundo o jornal. Além disso, conforme revelou a publicação, o governo federal também utilizou a EBSERH para difundir os medicamentos.