Política


China reage à acusação de Eduardo Bolsonaro sobre 5G e diz que Brasil poderá “arcar com consequências”


Publicado 25 de novembro de 2020 às 15:41     Por Roberta Cesar     Foto Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A Embaixada da China em Brasília reagiu, nesta quarta-feira (25), à acusação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de que faria espionagem através de sua rede 5G. Pequim recorreu ao Itamaraty para reclamar de um post do parlamentar em suas redes sociais, que após a repercussão foi apagado por ele. As informações foram publicadas pelo site InfoMoney.

A diplomacia chinesa considerou que o parlamentar “solapou” a relação entre os dois países com declarações “infames” e com isso, o Brasil poderá “arcar com consequências negativas”. Este já é o segundo atrito diplomático com os chineses criado por Eduardo, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, por causa declarações em suas redes sociais.

Na publicação, o deputado escreveu: “O governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”. Além disso, Eduardo Bolsonaro ainda afirmou que o Partido Comunista Chinês é uma “entidade agressiva e inimiga da liberdade”.

Em nota, a embaixada chinesa rebateu: “Na contracorrente da opinião pública brasileira, o deputado Eduardo Bolsonaro e algumas personalidades têm produzido uma série de declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil”, escreveu a embaixada, em nota.

E, completou: “Acreditamos que a sociedade brasileira, em geral, não endossa nem aceita esse tipo de postura. Instamos essas personalidades a deixar de seguir a retórica da extrema direita norte-americana, cessar as desinformações e calúnias sobre a China e a amizade sino-brasileira, e evitar ir longe demais no caminho equivocado, tendo em vista os interesses de ambos os povos e a tendência geral da parceria bilateral. Caso contrário, vão arcar com as consequências negativas e carregar a responsabilidade histórica de perturbar a normalidade da parceria China-Brasil”.

O programa norte-americano tenta convencer outros países a permitir apenas em suas redes 5G equipamentos oriundos de fornecedores não-chineses, que eles consideram que sejam “confiáveis”.



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