Política


Crivella é alvo de buscas e tem celular apreendido em investigação sobre suposto ‘QG da Propina’


Publicado 10 de setembro de 2020 às 09:11     Por Redação AjuNews     Foto Antonio Cruz / Agência Brasil

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Polícia Civil do fizeram buscas na Prefeitura do Rio, na casa do prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), e no Palácio da Cidade, onde ele despacha, na manhã desta quinta-feira (10). Agentes apreenderam um telefone celular de Crivella.

A ação desta quinta é um desdobramento da Operação Hades, de março deste ano, que investiga um suposto ‘QG da Propina’ na Prefeitura do Rio. Ao todo, devem ser cumpridos 22 mandados de busca e apreensão. Não há mandados de prisão. As investigações, iniciadas no ano passado, partiram da colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela Operação Câmbio, Desligo.

Os alvos da ação são o prefeito do Rio, que teve o celular apreendido; Mauro Macedo, ex-tesoureiro de Crivella; Rafael Alves, empresário apontado como operador do esquema de pagamento de propina; e Eduardo Benedito Lopes, ex-senador, suplente de Crivella. Ao G1, o advogado de Crivella esteve no apartamento dele e disse que o prefeito estava “tranquilo”, mas não quis gravar entrevista.

Eduardo Lopes foi senador do Rio pelo Republicanos, ao herdar o cargo de Crivella, e foi secretário de Pecuária, Pesca e Abastecimento de Wilson Witzel. Mauro Macedo foi tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado, em 2008, e foi citado em delação sobre o esquema de propina envolvendo a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do estado (Fetranspor).

Rafael Alves, irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves, é empresário e foi citado em delações como suposto pagador de propina para a prefeitura, embora não tivesse cargo na administração.

O ‘QG da Propina’
Um inquérito foi aberto no início de dezembro pelo MP-RJ, com base na delação do doleiro Sérgio Mizrahy. Ele foi preso na Operação Câmbio Desligo, um desdobramento da Lava Jato no Rio.

No depoimento, Mizrahy chama um escritório da prefeitura de “QG da Propina”. O doleiro não soube dizer se o prefeito Marcelo Crivella sabia da existência da estrutura. Segundo a delação, o operador do esquema era Rafael Alves. Rafael não possui cargo na prefeitura, mas tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos na campanha de 2016.

Depois da eleição, o empresário emplacou o irmão na Riotur e, segundo o doleiro, montou um “QG da Propina”. Mizrahy afirma que empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município procuravam Rafael, com quem deixavam cheques. Em troca, ele intermediaria o fechamento de contratos ou o pagamento de valores que o poder municipal devia a elas.

Marcelo Alves foi exonerado da Riotur dias depois da operação, em 25 de março.



Os comentários não representam a opinião do portal; a responsabilidade é do autor da mensagem.
Leia os termos de uso