Política
Doutor Samuel Carvalho dobra patrimônio em quatro anos
O deputado estadual e pré-candidato à reeleição Doutor Samuel (Cidadania) teve um ganho expressivo no patrimônio em quatro anos. Desde que foi eleito para o cargo na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), em 2018, o parlamentar dobrou o valor de bens declarados. A busca foi feita pelo AjuNews, nesta quarta-feira (4), a partir de dados fornecidos por Samuel ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A consulta pode ser feita por meio do Divulga Candidatos, plataforma da Justiça Eleitoral sobre contas declaradas por políticos.
Em 2018, Carvalho registrou possuir um terreno, avaliado em R$ 135 mil, e uma casa, no valor de R$ 140 mil. O total declarado foi de R$275 mil. Já para o pleito de 2022, o deputado possui um terreno no valor de R$ 240 mil, uma casa de R$ 180 mil e um veículo, avaliado em R$ 90 mil. O montante chega a R$ 510 mil. Entre os deputados do Cidadania na Alese, Carvalho é o que mais incorporou o patrimônio.
Uma comparação com o atual presidente do partido em Sergipe, o deputado Georgeo Passos, converge para esse entendimento. Em 2018, Passos declarou um total de R$ 716 mil, sendo uma casa avaliada em R$600 mil e dois veículos, um de R$ 64 mil e outro de R$ 52 mil. Em 2022, o deputado teve um decréscimo de quase R$ 200 mil, sendo o montante declarado de R$ 531 mil.
Procurado pelo AjuNews, o parlamentar afirmou que seu patrimônio é compatível com o mandato, uma vez que, nos três anos e meio de parlamento, tem salário de R$ 25 mil mês. “Multiplicando 25 mil por 42, chega-se R$ 1.050.000, nesse período”, disse. Para reforçar seu posicionamento o parlamentar também citou que é advogado.
Outro caso:
Carvalho está envolvido no caso de suposta rachadinha em seu gabinete. O caso, exposto pelo Ajunews, em outubro de 2021, apresentou o áudio de Gildete Dias Menezes em que conversa com o chefe do gabinete de Samuel, José Carlos Almeida. Ela havia sido exonerada do cargo de assessora técnico-operacional.
Na conversa, Gildete Menezes afirma que a esposa de Doutor Samuel Carvalho, Adriana Menezes, ficava com parte significativa do salário pago pela Alese. O chefe de gabinete, José Carlos Almeida também confirma que teve que intervir no pedido de exoneração de outra servidora chamada Maria Alcileide Costa da Silva, conhecida como Leda. “Você sabe, né? É… que ela [Adriana Menezes] pega o dinheiro de todo, né? Rapaz, Leda [Maria Alcileide Costa da Silva], eu falei com Leda agora, ela disse que o motorista vai todo mês “panhar” o dinheiro. Se ela tá com auxílio emergencial?” afirmou Gildete em um dos trechos. No mês passado, o Ministério Público de Sergipe (MP-SE) começou a ouvir testemunhas do caso. O processo segue em segredo de justiça.
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