Desde o início desta semana, o prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira (PDT), tem elogiado a ação do Município que realiza uma operação de realocação das famílias da Ocupação das Mangabeiras, no bairro 17 de Março, na Zona Sul da capital sergipana, para o início das obras de construção de um conjunto residencial no local, nomeado de Irmã Dulce dos Pobres.

Nas redes sociais, tanto no perfil oficial da prefeitura, quanto do gestor, tem sido destacado que a retirada das 860 famílias ocorreu de  forma tranquila. No entanto, na noite desta quinta-feira (23), ao publicar a foto de um guarda municipal com uma criança, o prefeito foi criticado pela mãe do menino, Natasha Ribeiro.

“Está aí a foto do meu filho nas redes sociais e ele sem um teto para dormir”, protestou. No comentário, a mulher destacou que não morava nas Mangabeiras “porque gostava”. “Aí eu vou para onde com meu filho? Minhas coisas vocês levaram para o galpão. Eu fiquei com meu filho na rua porque graças ao prefeito derrubaram o único cantinho que morava com meu filho. Que injustiça”, lamentou Natasha.

Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra o momento de tensão entre guardas municipais e moradores. Procurada pelo AjuNews, a prefeitura informou que ocorreu um “pequeno conflito”. À reportagem, a diretora de habitação da Assistência Social da capital, Rosária Rabelo, reforçou que a realocação das famílias tem ocorrido com muita tranquilidade e destacou que “pré-candidatos a vereadores tentaram inflamar e incitar o povo”.

Ao site, o defensor público e diretor do Núcleo de Bairros da Defensoria Pública do Estado de Sergipe, Alfredo Carlos Nikolaus, afirmou que o órgão não foi convidado pela prefeitura para mediar a ação. Além disso, a Defensoria do Estado ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) contra a prefeitura para que realoque ou conceda auxílio moradia para todas as famílias da ocupação Mangabeiras.

Após a polêmica, o prefeito Edvaldo minimizou a situação: “ Infelizmente, mais uma vez, há quem crie mentiras para tentar minimizar a grandiosidade deste projeto que transformará a vida de milhares de pessoas. Mas não abalarão nosso trabalho. Agradeço a todos os profissionais da prefeitura  que estão atuando com tanto zelo e dedicação”, afirmou.

Conforme o cronograma da gestão municipal, a operação deve ser concluída até o início da tarde desta sexta-feira. Somente as famílias que foram cadastradas ficarão em residências alugadas durante o período de dois anos, prazo para conclusão da obra que beneficiará 1.102 famílias (836 que eram residentes da área e outras 266 das famílias mais antigas beneficiárias do auxílio-moradia). A gestão municipal entrou no projeto com uma contrapartida para os aluguéis das moradias temporárias, no valor de R$ 7.934.00,00 milhões.

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