Política


Em ação que afastou governador do Rio, PF cumpre mandado na casa de André Moura


Publicado 28 de agosto de 2020 às 07:41     Por Redação AjuNews com informações de Peu Moraes     Foto Reprodução / Google Street View

No âmbito da Operação Tris in Idem, deflagrada pela Polícia Federal (PF) do Rio Janeiro, é cumprido, na manhã desta sexta-feira(28), um mandado de busca e apreensão na casa do ex-deputado sergipano, André Moura, secretário da Casa Civil no governo Witzel, localizada em um condomínio de alto padrão, Park Villena, no bairro Farolândia, na Zona Sul de Aracaju. Procurada pelo AjuNews, a assessoria do ex-parlamentar informou que o político está no Rio de Janeiro e aguarda um posicionamento do jurídico para divulgar uma nota.

Ao todo são cumpridos seis mandados de prisão preventiva, 10 mandados de prisão temporária, e 82 mandados de busca e apreensão, nos Estados de Sergipe, Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Piauí, além do Distrito Federal. Também existem ações de cooperação policial internacional com medidas sendo cumpridas no Uruguai. Além disso, foram determinadas, pela Justiça, outras medidas diversas da prisão, tais como suspensão do exercício de função pública, proibição de contatos e de acesso a determinados locais.

A ação é um desdobramento da Operação Favorito e da Operação Placebo, ambas deflagradas em maio e realizadas a partir da delação premiada de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro. O nome é uma referência ao terceiro governador que, segundo os investigadores, faz uso de um esquema semelhante de corrupção – em referência oculta aos ex-governadores Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão.

Também no âmbito desta ação policial, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) afastou o governador Wilson Witzel (PSC) por irregularidades na saúde, expediu seis mandados de prisão. Além de tentar cumprir os mandados de prisão expedidos pela Corte Superior, a PF faz buscas no Palácio dos Laranjeiras. Witzel foi notificado sobre seu afastamento no local.

Nas primeiras horas do dia, a PF prendeu o presidente do PSC (Partido Social Cristão), Pastor Everaldo, no Rio de Janeiro. Em nota enviada à CNN, Everaldo afirmou que sempre esteve à disposição de todas as autoridades e que mantém sua confiança na Justiça. Everaldo já foi preso. A corte determinou ainda a prisão do ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão, todos citados na investigação da Operação Placebo.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirma que o governo do Rio estabeleceu um esquema de propina para a contratação emergencial e para liberação de pagamentos a organizações sociais (OSs) que prestam serviços ao governo, especialmente nas áreas de saúde e educação.

A PGR sustenta que Witzel usou o escritório de advocacia da mulher, Helena, para receber dinheiro desviado por intermédio de quatro contratos simulados no valor aproximado de R$ 500 mil – cerca de R$ 15 mil mensais de cada uma das quatro.

Segundo a PF, o objetivo da operação é desarticular uma organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos, especialmente em contratos firmados para gestão de saúde e para o combate à pandemia da covid-19. Também foram identificados atos de lavagem de dinheiro por parte da organização. Os investigados responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, peculato, corrupção ativa, corrupção passiva, e lavagem de dinheiro.

Mandados de prisão confirmados:
Pastor Everaldo, presidente do PSC (preso);
Lucas Tristão, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico;
Sebastião Gothardo Netto, médico e ex-prefeito de Volta Redonda (preso).

Mandados de busca e apreensão confirmados:
contra a primeira-dama, Helena Witzel, no Palácio Laranjeiras;
contra André Ceciliano (PT), presidente da Assembleia Legislativa (Alerj);
desembargador Marcos Pinto da Cruz.

Denunciados:
Wilson Witzel
Helena Witzel
Lucas Tristão
Mário Peixoto
Alessandro Duarte
Cassiano Luiz
Juan Elias Neves de Paula
João Marcos Borges Mattos
Gothardo Lopes Netto



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