Saúde


‘Espero que a doença faça ele refletir que nem todo mundo tem médico particular’, diz Mandetta sobre Bolsonaro


Publicado 18 de julho de 2020 às 08:00     Por Roberta Cesar     Foto Isac Nóbrega / PR

O médico e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que deseja que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se recupere da covid-19. Em entrevista ao vereador de Aracaju, Thiaguinho Batalha, na quinta-feira (16), o médico disse que espera que a doença faça o presidente refletir que nem todo mundo tem acesso a um hospital particular e cuidados especiais, e que são nessas pessoas que ele precisa pensar.

“Desejo boa sorte e que ele se recupere bem da doença assim como 90% das pessoas na idade dele se recuperam bem, seja com cloroquina, com benzedeira, com paracetamol, com vitamina D, com zinco ou com agora a ivermectina que estão usando muito, enfim com o que quer que seja, espero que ele saia muito bem e que a doença faça ele refletir que nem todo mundo tem eletrocardiograma a sua disposição, nem todo mundo tem um médico particular para atendê-los e que o povão está aí precisando de cuidados e são nessas pessoas que precisamos pensar. Tomara que ele reflita e estenda a mão para esse povão”, disse o ex-ministro.

Mandetta ao ser questionado sobre o real motivo da sua saída do cargo, explicou com uma comparação. “Toda vez que você tem uma notícia ruim como, por exemplo, se você for ao médico e ele falar que você está com alguma doença grave ou que morreu um parente seu, a primeira coisa que você faz é querer negar aquela notícia dizendo que o diagnóstico está errado, que o médico está errado, que não tem e que não existe. É a fase da negação. O presidente estacionou nessa fase. Ele negou, negou, negou e eu falava o que era para fazer e ele não aceitava. A segunda fase depois da negação é a raiva”.

O médico ainda completou dizendo: “a pessoa fica com raiva, com ódio, e precisa achar um culpado e foi nessa fase que ele achou que o que ele podia fazer era demitir o ministro porque trouxe essa notícia ruim. Ele queria um caminho muito ligado a economia e eu queria um caminho mais ligado a preservação da vida naquele momento. E ele optou por esse outro caminho mesmo sabendo dos desdobramentos que podiam ocorrer. Eu desejei muito boa sorte para ele e transmiti o cargo para o meu sucessor”, explicou Mandetta.



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