Política


Ex-assessores de Flávio Bolsonaro sacaram pelo menos R$ 7,2 milhões em dinheiro vivo, diz jornal


Publicado 14 de agosto de 2020 às 13:46     Por Eduardo Costa     Foto Arquivo / Agência Câmara de Notícias

Ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) sacaram ao menos R$ 7,2 milhões em dinheiro vivo, em retiradas que coincidiram com momentos em que Flávio pagou despesas usando valores em espécie. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo. O valor corresponde a 60% do que os servidores receberam em espécie dos cofres públicos.

O cálculo divulgado pelo Estadão considera 24 ex-funcionários de Flávio em sua época de deputado estadual no Rio de Janeiro. Com isso, é mais um indício na investigação do esquema de “rachadinhas” no gabinete do então deputado.

O principal caso apontado pelos investigadores, segundo o Estadão, é o da compra de dois imóveis em Copacabana, no Rio de Janeiro, em 2012. Segundo o Ministério Público, Flávio teria pago R$ 638,4 mil ao vendedor, enquanto os registros da compra mostram R$ 310 mil. A matéria ainda diz que Flávio usou R$ 86,7 mil em dinheiro na compra de 12 salas comerciais em 2008.

O uso do dinheiro em espécie é considerado uma lavagem de dinheiro “clássica”. Os assessores, de acordo com o jornal, pertencem a três grupos: 12 ligados ao ex-assessor Fabrício Queiroz; dez familiares de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher do pai de Flávio, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido); e dois parentes do miliciano Adriano Magalhães de Nóbrega, morto em fevereiro na Bahia.

Destes, os assessores de Queiroz também transferiam ou depositavam o dinheiro diretamente para os próprios salários. Há registros da atividade entre a filha e a esposa de Queiroz.

A defesa do senador Flávio Bolsonaro se pronunciou em nota ao Estadão: “Todas as operações financeiras do senador Flávio Bolsonaro e de seus familiares estão dentro da lei. As informações sobre as compras e vendas de imóveis foram detalhadas junto ao Ministério Público e todas os esclarecimentos já foram dados”.

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