O Ministério Público do Rio (MP-RJ) constatou durante investigações do caso das “rachadinhas”, que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e sua mulher, Fernanda Bolsonaro, omitiram de suas declarações de Imposto de Renda cerca de R$ 350 mil investidos na compra da loja de chocolates que o parlamentar possui em sociedade com o amigo Alexandre Santini desde 2014.

Segundo o jornal O Globo, os promotores identificaram a omissão após cruzar os dados bancários e fiscais de Flávio e Fernanda a partir das quebras de sigilo autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), em abril de 2019.

Segundo o inquérito, o contrato, assinado em 11 de dezembro de 2014 tinha um valor acertado de R$ 800 mil e, cada sócio ficou responsável por pagar a metade, R$ 400 mil. Mas, durante o depoimento o senador caiu em contradição ao explicar a negociação, acabou confundindo valores e, em alguns momentos afirmou não lembrar das operações.

“É, tá no contrato. Se não me engano, o que está lançado aí não é o que eu gastei com a Kopenhagen, mas o capital social da loja, alguma coisa assim. Nas retificadoras (do Imposto de Renda) que eu fiz tá direitinho como é que eu fiz o pagamento, em que momento, eu não sei agora de cabeça para te falar”, disse.

De acordo com os promotores, na declaração de Flávio Bolsonaro à Receita Federal, consta o pagamento de R$ 50 mil para a empresa de Cristiano em 2014.Já Fernanda, fez uma transferência eletrônica no valor de R$ 350 mil, no dia 2 de fevereiro de 2015, e quitou o que seria a parte de Flávio na aquisição da loja. Mas, o pagamento não foi declarado por ela à Receita Federal.