Política


Fraude: TSE torna nulo votos de PT em Maruim e dois vereadores perdem mandato


Publicado 04 de março de 2023 às 08:25     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / Prefeitura de Maruim

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmou, nesta quinta-feira (2), fraude à cota de gênero nas eleições para a Câmara de Vereadores em Maruim, no Leste de Sergipe, nas eleições de 2020. Os ministros determinaram a nulidade dos votos recebidos pelo Partido dos Trabalhadores (PT) no município e a cassação dos diplomas dos candidatos a ele vinculados.

Além disso, o recálculo dos quocientes eleitoral e partidário foi determinado a execução imediata independentemente da publicação do acórdão. A decisão foi unânime e seguiu o voto do relator, ministro Carlos Horbach.

Segundo a análise dos autos, a partir da decisão do Tribunal Regional de Sergipe (TRE-SE), ficou constatado que Maria de Lourdes Moura Pereira e Adélia da Silva Dias jamais foram efetivamente candidatas para o cargo de vereador naquela cidade, servindo apenas para preencher a chamada cota de gênero do partido.

O estímulo à participação feminina por meio da chamada cota de gênero está previsto na Lei nº 9.504/1997. O artigo 10, parágrafo 3º, estabelece o percentual mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo nas eleições para Câmara dos Deputados, Câmara Legislativa, assembleias legislativas e câmaras municipais.

O ministro Horbach destacou que o caso se enquadra nas circunstâncias estabelecidas em processo já julgado na corte onde foi definida uma série de critérios para a identificação da fraude à cota de gênero. Entre eles estão: a obtenção de votação zerada ou pífia das candidatas; a prestação de contas com idêntica movimentação financeira; e a ausência de atos efetivos de campanha.

De acordo com o ministro, não surgiu nenhum elemento que comprovasse ou indicasse concretamente a prática de ato efetivo de campanha eleitoral pelas candidatas, que foi reduzido a simples produção de santinhos por Maria de Lourdes e uma única foto de Adélia em atos de campanha com vestuário e adesivo das cores e número do partido, que nem mesmo era o número pelo qual concorria.

“A simples apresentação de santinhos não induz a conclusão inafastável da realização de atos de campanha. Fixadas essas premissas, as consequências da decisão implicam, na linha do entendimento deste Tribunal, a cassação dos candidatos vinculados ao Drap, independentemente da prova de participação, ciência ou anuência, e a nulidade dos votos obtidos pelo partido ou coligação, com a recontagem do cálculo dos quocientes eleitoral ou partidário nos termos do artigo 222 do Código Eleitoral”, ressaltou o relator, ao ser acompanhado pelos demais ministros na análise do processo judicial.

 



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