Política


Furna da Onça: relator nega ter adiado operação para beneficiar Bolsonaro


Publicado 18 de maio de 2020 às 13:00     Por Peu Moraes     Foto Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O relator da operação Furna da Onça, o desembargador federal Abel Gomes, afirmou que a operação não foi adiada para beneficiar a candidatura de Jair Bolsonaro (hoje sem partido, à época no PSL) no segundo turno da eleição presidencial em 2018, e “sim deflagrada no momento que se concluiu mais oportuno, conforme entendimento conjunto entre o Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal e o Judiciário”. A afirmação foi feita em nota divulgada pelo TRF2 e publicada no site Uol, nesta segunda-feira (18).

Segundo Gomes, a decisão considerou que “uma operação dirigida a ocupantes de cargos eletivos, deputados em vias de reeleição não deveria ser deflagrada em período eleitoral, visto que poderia suscitar a ideia de uso político de uma situação que era exclusivamente jurídico-criminal”. Os órgãos concordaram em realizar a ação após o segundo turno das eleições. Ela foi deflagrada em 8 de novembro de 2018, quando Bolsonaro já havia sido eleito presidente no segundo turno.

Em depoimento revelado pelo jornal Folha de S. Paulo, o empresário Paulo Marinho afirmou que Flávio Bolsonaro (Republicanos) foi avisado antes da operação por um delegado da Polícia Federal, que teria instruído a ele que desligasse um de seus funcionários, Fabrício Queiroz, do cargo. Ainda segundo Marinho, a operação teria sido adiada para não prejudicar a campanha de Jair Bolsonaro, que foi para o segundo turno contra Fernando Haddad (PT).

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