Política


Gastos com cartão corporativo no governo Bolsonaro superam Temer e ficam próximos de Dilma


Publicado 28 de dezembro de 2020 às 13:00     Por Eduardo Costa     Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) gastou em média, do início do mandato até novembro de 2020, R$ 672,1 mil por mês no cartão corporativo. O valor é maior do que o gasto no governo Michel Temer (MDB), entre 2016 e 2018, com média de R$ 442,9 mil; e semelhante ao gasto por Dilma Rousseff (PT) entre 2013 e 2016, com R$ 690,2 mil. A informação é do jornal Folha de São Paulo.

Os números retirados do Portal da Transparência federal, com informações de 2013 a 2020, já são corrigidos pela inflação. Com isso, Bolsonaro gastou no cartão corporativo até agora 51,7% a mais que Temer, e apenas 2,6% a menos que Dilma. Só em 2020 já foram gastos R$ 7,86 milhões, mais do que os R$ 7,6 milhões de 2019 inteiro.

Antes de assumir a gestão, a equipe de Bolsonaro avaliou o fim do cartão corporativo após escândalos em governos anteriores. Mas eles seguem sendo utilizados sem grande detalhamento das despesas. O cartão serve para despesas como financiamento de operações de segurança, gastos com materiais, prestação de serviços, eventos na residência oficial, entre outros.

O Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPFG), vinculado à Secretaria de Administração da Presidência da República, cuida das despesas de Jair Bolsonaro, da família e de funcionários próximos. Já a vice-presidência tem cartões próprios de custos separados.

Procurado pela Folha de São Paulo, o Palácio do Planalto afirmou que a maior parte dos gastos se deve a viagens internacionais. Mas segundo o jornal, também aumentou o número de viagens nacionais: apenas em agosto foram dez, mantendo uma média de sete nos meses seguintes.

Em agosto, Bolsonaro havia prometido mostrar as despesas do cartão em público. “Eu vou abrir o sigilo do meu cartão. Para vocês tomarem conhecimento quanto gastei de janeiro até o final de julho. Ok, imprensa? Vamos fazer uma matéria legal?”, afirmou de forma irônica. Ele jamais mostrou tais extratos.



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