Política


Grupo de Eduardo Bolsonaro pode perder Comissão de Relações Exteriores na Câmara por racha no PSL


Publicado 02 de janeiro de 2021 às 15:30     Por Eduardo Costa     Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil

O grupo do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pode perder o comando da Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados, por conta de um racha em seu partido, o PSL. Sua ala, a ideológica do governo, tem nesta Comissão uma de suas grandes bases, e Eduardo é considerado uma espécie de “chanceler paralelo”. A informação foi publicada neste sábado (2) no jornal Folha de São Paulo.

Eduardo foi eleito em 2020 para a presidência do colegiado. Mas segundo parlamentares ouvidos pela reportagem, o grupo tem poucas chances de continuar. O motivo principal é o racha no PSL: seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), abandonou em 2019 o partido que o elegeu em 2018. Por isso, a liderança do PSL na Câmara é de uma ala rompida com o bolsonarismo. E é justamente ela quem divide as comissões.

Deputados da legenda já assumem que a comissão não é mais uma prioridade, e que o grupo ligado ao presidente do partido, o deputado federal Luciano Bivar (PE), não deve abrir mão. Segundo a Folha, “um deputado próximo a Bivar considera quase nula a permanência de aliados de Eduardo na presidência do colegiado”.

Outro fator importante na negociação é a eleição à presidência da Câmara dos Deputados. O PSL está alinhado com o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que lançou a candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP). Mas até o comando do partido admite que os deputados mais bolsonaristas irão apoiar Arthur Lira (PP-AL), candidato do presidente da República.

Para Eduardo Bolsonaro e seus aliados, a Comissão de Relações Exteriores na Câmara é muito importante. Por ela, o filho do presidente da República articula pontos da política externa ideológica da gestão. Foi lá, por exemplo, que ele comandou uma moção de repúdio a Alberto Fernández, então recém-eleito presidente da Argentina, em novembro de 2019. Ele publicou nas redes sociais uma mensagem de apoio ao ex-presidente Lula.

As regras da Câmara dos Deputados indicam que Eduardo já deveria ter deixado a comissão em 2020, mas isso não aconteceu por conta da pandemia da covid-19, que impediu eleições nos colegiados. O deputado aliado mais cotado para brigar pelo posto é Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP).



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