Política


Inquérito das fake news no STF tem vício de origem e provas contaminadas, diz representante de procuradores


Publicado 25 de junho de 2020 às 09:24     Por Peu Moraes     Foto Rosinei Coutinho/ Supremo Tribunal Federal

Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha decidido na semana passada pela legalidade do inquérito das fake news, a entidade que representa integrantes do Ministério Público Federal mantém o posicionamento de que as provas coletadas estão “contaminadas”. A informação foi publicada pelo jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (24).

A justificativa da entidade é pelo fato de a investigação não ter sido aberta da maneira usual. O inquérito foi instaurado de ofício, ou seja, sem provocação da Procuradoria-Geral da República (PGR), e o relator, Alexandre de Moraes, foi designado pelo presidente da Corte, Dias Toffoli, e não sorteado.

Em entrevista ao jornal, o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), o procurador regional Fábio George Cruz da Nóbrega, afirmou que esse “vício de origem” comprometeu a investigação e pode invalidá-la.

Nóbrega defendeu que haja investigação sobre os ataques a autoridades e repudia ofensas ao Supremo, mas discorda da condução do inquérito. “Os ministros não podem concentrar diversos papéis, de vítima, investigador e julgador, porque isso quebra a imparcialidade do julgamento”, disse Nóbrega.

Na entrevista, ele também criticou insinuações que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito sobre uma suposta aproximação com o procurador-geral da República, Augusto Aras.



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