Um “suposto golpe de estado” no Brasil foi apontado pelo jornal italiano La Repubblica em extensa reportagem, neste sábado (4). A jornalista Daniele Mastrogiacomo relata que o ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, será o “presidente operacional”, em um acordo feito pelas Forças Armadas diante da crise provocada por Jair Bolsonaro com a pandemia do coronavírus. O fato aconteceria por meio de um golpe branco, termo utilizado para referir-se a uma suposta conspiração ou trama que tem por objetivo a tomada do poder do Estado de modo a operar uma troca da liderança política sem o uso de violência, empregando meios parciais ou integralmente legais.

“Nesse clima de tensão e medo, as notícias do suposto golpe “institucional”, com a passagem de entregas operacionais ao ministro da Casa Civil, uma espécie de primeiro ministro, se ampliam. Jornais e sites brasileiros não mencionam isso. Nem uma palavra sobre as internacionais que acompanham de perto a América Latina e o Brasil”, diz trecho da reportagem.

Ainda segundo o texto, ao “digitar o nome de Bolsonaro no Google, você também acessa o portal Defesa.net , vinculado ao Ministério da Defesa, que relata essa estranha história com um serviço exclusivo”.

A reportagem detalha que “o general Walter Souza Braga Netto , segundo o site, recebeu o papel de “presidente operacional”. Ele terá em suas mãos a direção e centralização de toda a administração do governo enquanto durar a crise do coronavírus. Seu título é “Chefe do Estado Maior do Planalto””.

O mesmo artigo explica que “a nova missão informal foi o resultado de um acordo principal que envolveu ministros e comandantes militares e o próprio Presidente da República”. Para muitos, relata o artigo, “a missão de Braga Netto nada mais é do que uma intervenção ou uma junta militar que coordena o governo”.

No entanto, o jornal pondera que o caso pode ser falso. “Provavelmente. Ou pior: é uma almôndega envenenada lançada no caos do Brasil lutando contra o coronavírus para ver como a população reage a uma espécie de golpe branco. Existem todas as premissas para torná-lo credível. Possível, pelo menos. Mas não é assim. Nada disso”.

Ainda segundo o La Reppublica, os líderes das três Forças Armadas teriam se reunido várias vezes com o vice-presidente Hamilton Mourão, propondo diferentes cenários, incluindo o afastamento de Bolsonaro, e garantiram seu apoio.

Veja aqui a reportagem na íntegra aqui.