Política


Justiça quebra sigilo bancário do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente


Publicado 12 de junho de 2020 às 09:21     Por Roberta Cesar     Foto Antonio Cruz / Agência Brasil

O juiz da 5ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, Marcos de Lima Porta, ordenou a quebra do sigilo bancário do escritório de advocacia do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e também da mãe dele, Diva Carvalho de Aquino. O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) está investigando o ministro por suposto enriquecimento ilícito quando ele estava em cargos no governo do Estado. As informações foram publicadas pelo jornal O Globo, nesta quinta-feira (11).

Segundo a publicação, no ano de 2012, ele foi candidato a vereador de São Paulo pelo PSDB e declarou que tinha bens avaliados em R$ 1,4 milhão. Mas, em 2018, quando tentou se eleger deputado federal pelo partido Novo, Ricardo Salles informou que seu patrimônio era avaliado em R$ 8,8 milhões.

O MP alega que entre 2013 e 2017 o ministro transferiu R$ 2,75 milhões de seu escritório, o Carvalho de Aquino e Salles Advogados, para sua conta pessoal. O MP ainda argumenta que as declarações de imposto de renda dele não apontam rendimentos “vultosos” vindos da sociedade de advogados naquela época.

“Diante do relatório juntado pelo Ministério Público e os argumentos por ele trazidos, defiro o pedido de inclusão no polo passivo de Carvalho de Aquino e Salles Advogados e Diva Carvalho de Aquino, ambos qualificados nos autos. Providencie a Serventia o necessário. Na linha dos argumentos constantes no V. Acórdão mais os argumentos trazidos pelo Ministério Público, decreto a quebra do sigilo bancário desses requeridos”, escreveu o juiz.

O ministro disse em nota que não tem receio da investigação. “Lamentável o vazamento seletivo e criminoso de dados e petições, que vem tentando forjar uma falsa narrativa de supostas irregularidades sobre meu patrimônio e rendimentos. Reitero que não há nenhum receio da investigação sobre os meus dados ou do meu escritório e tampouco de minha mãe e sócia. A Ordem dos Advogados será comunicada para acompanhar o caso e as responsabilidades pelos abusos cometidos serão apuradas pelos meios adequados,” disse.



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