Política


Lula e Ciro Gomes se reúnem em São Paulo e selam a paz


Publicado 29 de outubro de 2020 às 09:25     Por Fernanda Sales     Foto Ricardo Stuckert/Instituto Lula

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-ministro Ciro Gomes (PDT), rompidos desde a eleição de 2018, selaram as pazes em uma conversa na sede do Instituto Lula, em São Paulo, realizada no início de setembro. Na reunião, que durou a tarde inteira, Ciro falou de suas mágoas com o PT, enquanto Lula lembrou os ataques do ex-ministro ao partido.

A conversa pode significar o início de uma reaproximação entre os partidos de esquerda de olho na disputa presidencial de 2022, apesar de o assunto não ter sido abordado durante o encontro.

Segundo informações do jornal O Globo, o armistício foi intermediado pelo governador do Ceará, Camilo Santana, filiado ao PT, mas aliado dos irmãos Ferreira Gomes em seu estado. As tratativas para viabilizar a conversa duraram mais de um mês.

O tema central da conversa foi o governo do presidente Jair Bolsonaro e a situação do país diante da pandemia de coronavírus. Também foram apresentados diagnósticos sobre as razões do resultado eleitoral.

Desde o encontro, Ciro e Lula mudaram o tom ao se referirem um ao outro e cessaram os ataques e alfinetadas. Os dois tiveram uma relação próxima, principalmente no primeiro governo do ex-presidente, quando o hoje pedetista foi ministro da Integração Nacional. O ex-presidente costumava exaltar a postura leal do ex-subordinado durante a crise do mensalão, em 2005, o primeiro grande desgaste da era petista.

Com o correr dos anos, mantiveram o contato, apesar de alguns ataques pontuais. O clima entre eles, porém, se deteriorou ao longo da eleição de 2018. Lula era o candidato do PT, chegou a ser inscrito na Justiça Eleitoral, mas foi impedido de concorrer por causa da condenação na Lava-Jato no caso do tríplex do Guarujá.

Ainda de acordo com a publicação, Ciro chegou a receber ofertas dos petistas para ser vice de Lula, e depois que ocorresse o indeferimento, o pedetista assumiria a cabeça da chapa. Ciro classificou a oferta, entre outros termos, de “aberração” e “papelão” e disse que não aceitaria ser um “vice de araque”.

Alianças municipais
Em entrevista à TV Cultura, o ex-marqueteiro do PT João Santana chegou a dizer que uma chapa com Ciro candidato e Lula na vice seria imbatível. Por causa da suspensão dos direitos políticos do petista, a hipótese é inviável. Os aliados de Lula também descartam que ele aceite ser vice.

Porém, não está descartado que PT e PDT se reaproximem no plano nacional. Na atual eleição municipal, o PT apoia 173 candidatos a prefeito do PDT, que por sua vez está em chapas encabeçadas por 134 petistas. Essas alianças, porém, não se dão em nenhuma capital.



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