Política


Marcelo Odebrecht diz que pai recebeu R$ 6,9 mi em detrimento de credores


Publicado 04 de junho de 2020 às 10:26     Por Peu Moraes     Foto Arquivo / Agência Brasil

O empresário Marcelo Odebrecht disse à Justiça que a empresa transferiu R$ 6,9 milhões a Emílio Odebrecht, seu pai, quatro meses antes de entrar em recuperação judicial. A informação foi publicada pelo colunista Rogério Gentile, do site Uol, nesta quarta-feira (03). Marcelo afirmou que o pagamento foi um “privilégio injustificável” em relação aos outros credores do grupo, iniciado pelo seu avô em 1944.

Recuperação judicial é um mecanismo pelo qual uma empresa que não consegue pagar suas dívidas obtém um fôlego financeiro no judiciário. As ações de execução são suspensas por 180 dias, prazo no qual a empresa tem para apresentar um plano de pagamento aos credores, que precisa ser aprovado por eles em assembleia.

No caso da Odebrecht, ao solicitar a recuperação, em junho de 2019, as dívidas somavam R$ 98,5 bilhões. O pagamento ao pai, disse Marcelo, foi “um inequívoco tratamento diferenciado [em relação] aos credores”. No documento, ele ressaltou que o pai é “a pessoa que, de direito e de fato, controla de modo absoluto a companhia há mais de 20 anos”.

A Odebrecht disse à Justiça que não houve qualquer pagamento indevido a Emílio. Explicou que o empresário é o fiador do acordo de leniência assinado pela empresa com a Advocacia Geral da União e a Controladoria Geral da União. O acordo impôs ao grupo uma multa de R$ 2,7 bilhões como punição pelo envolvimento com a corrupção na Petrobras e em outras áreas do governo. Como fiador, Emílio se comprometeu a honrar as dez primeiras parcelas do acordo de leniência, no valor total de R$ 803 milhões.



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