A Secretaria Especial da Cultura do governo Jair Bolsonaro (sem partido), sob o comando do ator Mário Frias, quer tomar de volta a administração da Cinemateca da Roquette Pinto, contratada para a gestão do espaço público e do acervo. A informação foi publicada pela coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo, nesta quarta-feira (15).

Em ofício enviado por Mário Frias no dia (8), ele afirmou que uma visita técnica de emissários seria feita entre os dias 9 e 17 deste mês, “quando deverá ocorrer a entrega das chaves”. Nesta terça-feira (14), representantes da pasta foram ao local, mas não encontraram ninguém nem conseguiram entrar.

O governo argumenta que o contrato da Roquette Pinto se encerrou no fim do ano passado e se recusa a fazer repasses à entidade, que por sua vez afirma que o acordo vale até 2021 e acusa Frias de “atitude arbitrária”. Nesta quarta-feira (15), o Ministério Público Federal ingressou com ação civil pública contra a União, responsabilizando o governo pelo “estrangulamento financeiro e abandono administrativo” do órgão.

Na Cinemateca, a avaliação é que o pedido do governo pelas “chaves” do edifício ocorreu após a Prefeitura de São Paulo, governada pelo PSDB, se apresentar oferecendo cerca de R$ 3 milhões. Na noite desta quarta (15), Frias gravou um vídeo ao lado do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que afirmou que os técnicos foram à Cinemateca para tentar “solucionar o impasse”.