Política


Moro expõe conversa em que Bolsonaro cobra mudança de cargo na PF


Publicado 25 de abril de 2020 às 08:38     Por Redação AjuNews     Foto Reprodução / TV Globo

Uma troca de mensagens do ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, com o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), exposta pelo Jornal Nacional, nesta sexta-feira (24), mostra que o militar cobrou do juiz uma mudança no comando da Polícia Federal, situação exposta por Moro durante seu pronunciamento de demissão do cargo.

Nas mensagens cedidas à TV Globo, o contato ‘presidente novíssimo’ que seria o novo número de Bolsonaro, envia um link de uma matéria do site ‘O Antagonista’ na qual diz que a PF está na “cola” de 10 a 12 bolsonaristas.

Presidente novíssimo: “Mais um motivo para a troca”
Sergio Moro: “Esse inquérito é conduzido pelo Alexandre, no STF”
“Diligências por ele determinadas, quebras por ele determinadas, buscas por ele determinadas”
“Conversamos em seguida, às 0900”

Acusado pelo presidente Bolsonaro de ter condicionado a mudança na Polícia Federal a uma indicação ao Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro expôs ainda uma conversa com a deputada federal Carla Zambelli (PSL), que garantia a indicação caso ele aceitasse o pedido do presidente.

A deputada aponta o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, como o candidato do militar a vaga de Maurício Valeixo.

Carla Zambelli: “Por favor, aceite o Ramage”
“E vá em setembro pro STF”
Sergio Moro: “Prezada, não estou a venda
Carla Zambelli: “Ministro, por favor, milhões de brasileiros vão se desfazer”
“Eu sei disso”
“Por Deus, eu sei”
“Se existe alguém que não está à verba (erro de digitação) é o senhor”
Sergio Moro: “Vamos aguardar, já há pessoas conversando lá”

Após a reportagem ir ao ar, a deputado se manifestou em seu perfil no Facebook. “Eu não sou ninguém para prometer uma vaga no STF. O que eu quis dizer é que eu posso ajudar. Tentar falar com o Bolsonaro”, continuou a deputada, que acusou Moro de deixar o cargo “de forma muito fria”. “Continuaremos com Bolsonaro. E o Moro vai passar. Daqui 10, 20 dias, ele vai estar dando aula em outro lugar, e nós vamos continuar com Bolsonaro”, acrescentou.



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