O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) afirmou que foram recebidos nas contas do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e da mulher dele, Fernanda Bolsonaro, o valor de R$ 285,5 mil, através de 146 depósitos “sem origem conhecida”. A quantia, recebia entre abril de 2014 e agosto de 2018, foi usada para pagar parcelas de um apartamento na Barra da Tijuca. As informações foram publicadas pelo Metrópoles, nesta quarta-feira (11).

O imóvel, localizado em frente à praia da Barra, foi adquirido pelo casal em maio de 2014. A família morou no local antes de se mudar para Brasília em 2018. A quebra de sigilo bancário do casal apontou os depósitos. A denúncia foi obtida pelo jornal O Globo e foi oferecida ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio. No documento, também está incluso o resultado do inquérito sobre o esquema das “rachadinhas” no gabinete do senado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Segundo a denúncia, “não encontram lastro em valores sacados nas contas do casal” e, por isso, “não provêm de suas fontes lícitas de renda, mas sim dos valores desviados da Alerj pelos ‘assessores fantasmas’, por intermédio de operadores financeiros”.

De acordo com o MP, o apartamento, avaliado em R$ 2,55 milhões, foi quitado através de transferências, cheques e um financiamento bancário. Antes da compra do imóvel, a conta da esposa de Flávio depositou R$ 50 mil, e a do senador depositou depois um outro valor para abater as parcelas de um crédito imobiliário. Ainda segundo o órgão, as duas contas receberam depósitos de procedência desconhecida, que foram depositados em dinheiro vivo e fracionados.

Em nota, a assessoria de Flávio informou que “em função do segredo de Justiça, a defesa está impedida de comentar detalhes, mas garante que a denúncia contra Flávio Bolsonaro é insustentável. Dentre vícios processuais e erros de narrativa e matemáticos, a tese acusatória forjada contra o senador se mostra inviável e não passa de uma crônica macabra e mal engendrada, influenciada por grupos que têm claros interesses políticos e que, agora, tentam voltar ao poder”.

A assessoria do parlamentar ainda afirmou que a denúncia não deve ser sequer recebida pelo Órgão Especial. Ela destacou que todos os defeitos de forma e de fundo da denúncia serão pontuados e rebatidos em documentos próprios e no momento adequado.