Política


‘Não posso tomar providência de tudo que chega a mim’, diz Bolsonaro sobre encontro com Luís Miranda


Publicado 10 de julho de 2021 às 15:20     Por Dhenef Andrade     Foto Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confirmou, neste sábado (10), que teve um encontro com o deputado Luís Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luís Ricardo Miranda, servidor do Ministério da Saúde, mas não revelou conteúdo da conversa. Os irmãos Miranda denunciaram à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid supostas irregularidades sobre o contrato da vacina indiana Covaxin.

“Não me reuni. Ele pediu uma audiência para conversar comigo sobre vários assuntos. Cara, você vai ouvir o que eu quero falar. Eu não respondo sobre reunião. Eu tenho reunião com cem pessoas por mês, dos assuntos mais variados possíveis. Eu não posso simplesmente, ao chegar qualquer coisa pra mim, tomar providência imediatamente. Tomei providência nesse caso,” disse Bolsonaro em entrevista à Rádio Gaúcha.

Questionado sobre as acusações de que sabia do suposto esquema de superfaturamento na compra dos imunizantes, Bolsonaro respondeu que a narrativa divulgada pela CPI da Covid é “uma história fantasiosa” e que só interessa aos senadores Omar Aziz (PSD-AM), presidente da comissão, e a Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice, e Renan Calheiros (MDB-AL), relator.

“A compra seria 400 milhões de doses. A compra seria mil por cento sobre o faturamento. Não é a imprensa, é o que a CPI andou falando. Superfaturamento: mil por cento. Dose 15 dólares, passou para 150 dólares. Você multiplica 400 milhões de doses, vezes 150 dólares, vezes 5 reais. Isso dá 300 bilhões de reais. Isso é um coisa absurda, pelo amor de Deus. Eu assinei uma MP (Medida Provisória) de 20 bilhões para comprar vacina para todo mundo. É uma história fantasiosa. Só serve a Renan Calheiros, só serve a Omar Aziz ou aquele deputado [senador] Randolfe lá do estado dele, não é nada isso aí!”, disse o presidente.

À CPI Luis Miranda declarou que alertou Bolsonaro, em março, sobre as suspeitas de irregularidades no contrato da Covaxin. Segundo o deputado, o presidente associou o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR) às supostas falhas, Barros, no entanto, nega ter participado da negociação para a compra da vacina.

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