Saúde


‘Não tem mais Hospital de Campanha porque não é ano eleitoral’, afirma Rodrigo Valadares


Publicado 21 de março de 2021 às 11:56     Por Peu Moraes     Foto Arquivo / Rede Alese

O deputado estadual Rodrigo Valadares (PTB) afirmou que as prefeituras e Governo do Estado não constroem Hospitais de Campanhas para tratar pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus porque não é ano eleitoral, a exemplo, de 2020, quando foram realizadas eleições municipais. “Sabe por que não tem mais hospital de campanha? Por que este ano não tem campanha…eleitoral”, afirmou o parlamentar numa rede social, nesta sexta-feira (19).

No ano passado, quando os casos de covid-19 e mortes decorrentes da doença começaram a aumentar no estado de Sergipe, os prefeitos construíram estruturas para atender a população. Em Aracaju, por exemplo, a prefeitura inaugurou um Hospital de Campanha no Estádio João Hora de Oliveira, do Club Sportivo Sergipe, no bairro Siqueira Campos, com o custo de investimento de R$ 3.258.000,00.

No dia 7 de julho de 2020, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Serôdio com o objetivo de investigar possíveis desvios de verbas públicas, associação criminosa, corrupção, fraudes na licitação e na execução do contrato para montagem da estrutura necessária ao funcionamento do Hospital de Campanha de Aracaju. Neste dia foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal de Sergipe, em Aracaju e Nossa Senhora do Socorro. Segundo a polícia, foram procuradas provas da lisura de outras contratações concernentes ao referido hospital, a exemplo da rede de gases, rede elétrica e rede hidro sanitária. A operação contou com o apoio e a participação da Controladoria-Geral da União (CGU).

A empresa responsável pela montagem foi José Teófilo de Santana Neto Produções e Eventos, que pertence ao empresário Teo Santana, irmão do presidente da Empresa Municipal de Serviços Urbanos (Emsurb), Luiz Roberto. As investigações tiveram início a partir da análise do processo de contratação realizada pela CGU em conjunto com a PF, que constatou possíveis irregularidades que restringiram a competitividade do certame e favoreceram a empresa contratada. Até o momento não houve desfecho da operação.

No dia 10 de março de 2021, a secretaria de Saúde de Aracaju, em nota ao AjuNews, afirmou que não descarta a possibilidade de construir novamente a estrutura de campanha neste ano, porém, no momento tem buscado viabilizar abertura de novos leitos. Segundo a SMS, não existe planejamento no momento.

“O município está implementando cinco leitos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Fernando Franco e 20 leitos no Centro de Atenção Psicossocial – Caps Jael. Além disso, serão contratados mais 15 leitos no Nestor Piva e mais quatro no São José. Dessa forma, a rede passará dos atuais 49 leitos para 93”, disse a nota.

O Hospital de Campanha foi desmontado em setembro do ano passado, após cerca de quatro meses em funcionamento. A unidade foi responsável por atender 461 pacientes e recuperar 343 deles (74%). A pasta informou ainda que o município tem monitorado diariamente os casos de coronavírus na capital e que já iniciou a ampliação do quantitativo de leitos de enfermaria exclusivos para pacientes infectados pelo novo coronavírus.

Neste sábado (21), a SMS contabilizou mais 425 casos do novo coronavírus e 11 mortes. Com isso, subiu para 82.914 o número de pessoas diagnosticadas com covid-19 e 1.227 mortes na cidade. Cerca de 426 pessoas estão internadas em hospitais; 3.224 estão em isolamento domiciliar; 78.037, que estavam infectadas já estão recuperadas; e 1.227 vieram a óbito. Há 54 pacientes suspeitos internados, que aguardam resultados do exame. Foram descartados 74.718 casos do total de 157.718 testes.

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