O senador por Sergipe Rogério Carvalho (PT) afirmou que não irá romper “hora nenhuma” com o grupo do governador de Sergipe Belivaldo Chagas (PSD). A afirmação foi dita ao ser questionado se o PT irá lançar candidatura própria para governo em 2022, assim como fez esse ano, com a candidatura de Márcio Macedo à prefeitura de Aracaju. “Vamos romper com o que ajudamos a construir? Por quê? Qual motivo? Até o momento não temos motivo para romper, temos uma excelente relação com Belivaldo”, destacou durante entrevista na Fan FM nesta quinta-feira (3).

“Venho ajudando o governo Belivaldo com a liberação de recursos para a covid, que é meu papel como senador. Ajudei a liberar 25 milhões para a covid-19, no período de julho a setembro deste ano. Liguei para Belivaldo essa semana para saber o que poderia ajudar, me colocando à disposição diante dessa nova onda da covid-19. Os cento e tantos respiradores foi uma mediação que fiz junto ao Ministério da Saúde. Ajudei a liberar os R$ 200 milhões, devo ajudar a liberar outros recursos para ajudar a garantir a infraestrutura do nosso estado. Então, não tenho motivos para romper, as pessoas ficam querendo criar uma dificuldade onde não existe”, declarou.

No dia anterior, o governador disse que a permanência do PT no governo ‘depende deles’ e fez críticas com relação à candidatura própria do partido nas eleições municipais em Aracaju. Belivaldo acrescentou também que conversou com o PT para se manter no agrupamento e apoiar a reeleição de Edvaldo Nogueira (PDT).

Questionado se pensa em ser candidato a governo em 2022, o senador Rogério afirmou que não é momento de falar sobre o assunto. “Sobre a discussão de ter ou não ter candidatura é uma questão partidária para o ano de 2022. Temos que deixar para depois, não tem nada resolvido nesta área. A gente precisa mesmo é trabalhar, agora é hora de trabalhar, quem está só pensando em eleição tá esquecendo do povo. Precisamos nos preocupar com a necessidade das pessoas do que ficar só pensando em eleição”, afirmou Rogério.

PT ou PSB
Sobre a possibilidade de deixar o PT para se filiar ao PSB para se candidatar a governador, o parlamentar afirma: “Tudo isso são conversas de quem não está acompanhando o meu dia a dia e não está tendo discernindo sobre o meu comprometimento real e com o meu mandato. São especulações de bastidores, pessoas que querem fazer fofoca. Isso faz parte da vida pública e da política, mas não é isso que vai me pautar”, disse.

Sergio Moro
O petista também citou as notícias sobre a contratação do ex-juiz da Lava Jato, Sergio Moro, à empresa americana ligada à Odebetch e afirmou que a imagem do PT foi agredida ao longo dos últimos cincos. “A empresa que Sergio Moro foi trabalhar como advogado enviou para ele, quando juiz, no caso do triplex que condenou e prendeu Lula, o documento que dizia que o apartamento era OAS, e Moro não incluiu nos autos, negou a existência desse documento para condenar e prender o presidente Lula. Ontem isso foi revelado e a OAB de São Paulo proibiu Sergio Moro de advogar para essa empresa. O que mostra o quanto a imagem do PT foi violada e agredida nesses últimos cinco anos

PT nas eleições
O senador comentou a sua avaliação sobre o resultado das eleições 2020. “Em Sergipe tivemos o segundo melhor desempenho da história do partido. Primeiro quando Deda foi eleito prefeito, depois quando ele virou governador a gente elegeu oito prefeitos no total de 75. Nessa eleição temos seis eleitos diretamente pelo PT e tem pelo menos duas que não conseguiram efetivar a candidatura pelo PT, mas que virão para o PT e foram eleitos em cima da plataforma do PT. Então teremos o número de prefeitura igual ao período que o estado era governado pelo PT; A gente saiu de duas para seis prefeituras e tínhamos 43 vereadores e fomos para 65 e isso mostra um crescimento”, acrescentou.

Com relação as eleições municipais em Aracaju, o parlamentar frisou que demoraram para fazer um debate se o PT teria ou não um candidato. “Essa separação entre apoiar ou não Edvaldo e definirmos se teríamos uma candidatura própria a gente demorou a fazer e o eleitorado escolheu entre dois lados. Se somar os votos que Edvaldo teve no primeiro turno com os votos de quem votou no PT e em outros candidatos da esquerda, como o PSOL, você vai ver que somado isso dá os votos do segundo turno. [..] Vejo como uma retomada, um recomeço do PT com o resultado dessas eleições”, destacou Rogério, ressaltando que a escolha de apoio do segundo turno foi uma decisão acertada.

Vacina contra a covid-19
Sobre a vacinação contra a covid-19, Rogério disse  que no Senado será discutido, nesta quinta-feira (3), um projeto de lei de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) que trata da distribuição das vacinas. “Apresentei uma emenda para que o governo seja obrigado a disponibilizar vacina para todos os brasileiros. Não é obrigar todos os brasileiros a tomar a vacina, mas ter a vacina à disposição de quem precisa tomar e de quem quer tomar. A maioria da população não vai ter condição de comprar, então, é preciso disponibilizar”.

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