Política


Parlamentares vêem futuro da agenda liberal de Bolsonaro com receio, diz jornal


Publicado 14 de agosto de 2020 às 10:44     Por Eduardo Costa     Foto Alan Sanos/Presidência da República

Líderes partidários avaliam que falta ênfase no apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao discurso liberal do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo matéria da Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (14), muitos deputados estão receosos com o apoio futuro às reformas do ministro por parte do chefe do Executivo.

Na última quarta-feira (12), o discurso de Bolsonaro não sinalizou o cronograma futuro das reformas, o que gera um embate interno. A Folha apurou que alguns parlamentares acreditam que, nos próximos meses, pode voltar a haver uma disputa entre a ampliação de gastos (que pode aumentar a popularidade do presidente) e a manutenção do discurso liberal (defendido com Guedes visando o mercado financeiro).

O mais recente dilema tem sido sobre o teto de gastos que limita o crescimento das despesas públicas à inflação. Para muitos, Bolsonaro pode acabar cedendo à ultrapassagem do teto, ainda mais por conta das eleições municipais em novembro. Outros acreditam que isso pode acontecer após a apresentação do projeto do Orçamento de 2021.

Segundo a Folha, o Governo Federal estuda inclusive uma alternativa de abertura de crédito extraordinário de R$ 5 bilhões para obras. Tal crédito deixaria o Executivo livre dos limites do teto constitucional. Mas, segundo a Constituição, ele só pode ser usado para despesas imprevisíveis e urgentes, como guerras ou calamidades públicas.

O presidente tem ampliado seu apoio no Congresso após a aproximação com o bloco do Centrão. E a popularidade dele cresceu, especialmente na região Nordeste, após o auxílio emergencial. Com isso, para alguns líderes ouvidos pela Folha, a agenda liberal para Bolsonaro podem acabar se fechando em busca de um crescimento do seu nome.

Nesta semana, os secretários especiais Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização) deixaram seus caros, o que foi classificado pelo ministro Paulo Guedes como uma “debandada” na sua equipe.

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