Política


Perícia aponta adulteração em sistema de delatores que denunciaram doleiros


Publicado 02 de fevereiro de 2020 às 08:03     Por Redação AjuNews     Foto Divulgação

Um laudo apresentado ao juiz Marcelo Bretas pela defesa de três réus da Operação Câmbio, Desligo apontou o que considera inconsistências técnicas nos sistemas entregues por delatores que levaram à prisão de mais de 50 doleiros e operadores financeiros do país. Bretas é o responsável pela Operação Lava Jato no Rio. As informações foram publicadas pela Folha de São Paulo, neste domingo (2).

Segundo a reportagem, o estudo contém indícios de que o sistema de controle financeiro dos delatores Vinicius Claret e Cláudio Barboza pode ter sido adulterado após a prisão da dupla, em março de 2017, e antes de sua entrega ao Ministério Público Federal, em fevereiro de 2018.

O jornal detalha que, o perito Lorenzo Parodi —contratado pela defesa dos uruguaios Francisco Muñoz Melgar e Raúl Pegazzano e do espanhol Juan Luis Bertran Bitllonch— indica ainda a possibilidade de mudança de datas de criação dos arquivos e existência de diferentes versões do mesmo sistema.

O objetivo da defesa dos doleiros é colocar em xeque a validade da principal prova de corroboração apresentada por Claret e Barboza, ex-funcionários do doleiro Dario Messer que fizeram acordo com a Procuradoria em fevereiro de 2018.

Ao jornal, a força-tarefa da Lava Jato afirmou, em nota, que o laudo apresentado pela defesa dos três acusados “possui, além da natural parcialidade, uma série de imprecisões”. O grupo afirma também que as informações que constam do Bankdrop e do ST “foram corroboradas por mais de uma centena de provas absolutamente independentes”. Os procuradores sustentam ainda que não há “qualquer modificação no sistema imputável ao Ministério Público”. “Até o momento, não há qualquer indício sério de que o sistema tenha sido de qualquer maneira modificado”, afirmou a força-tarefa.

 

 



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