Política


PF identifica Carlos Bolsonaro como articulador em esquema criminoso de fake news


Publicado 25 de abril de 2020 às 17:00     Por Peu Moraes     Foto Caio César / CMRJ

A Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), como um dos articuladores do esquema criminoso de fake news, segundo investigação sigilosa conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi publicada no jornal Folha de S.Paulo, neste sábado (25).

Nos últimos meses, o presidente cobrou informações sobre as investigações, em reuniões e por telefone, de Maurício Valeixo, demitido da diretoria-geral da PF na última sexta (23). Um dos quatro delegados que atuam no inquérito é Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça, ​era o juiz da operação.

Valeixo foi superintendente da PF no Paraná no mesmo período e escalado por Moro para o comando da PF. Dentro da Polícia Federal, não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou Valeixo, homem de confiança de Moro, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02 e vereador do Rio de Janeiro pelo partido Republicanos.

Para o presidente, tirar Valeixo da direção da PF poderia abrir caminho para obter informações da investigação do Supremo ou inclusive trocar o grupo de delegados responsáveis pelo caso.

Na sexta-feira (24), logo após Moro anunciar publicamente sua demissão do Ministério da Justiça, o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no Supremo, determinou que a PF mantenha os delegados no caso. ​ O inquérito foi aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli, para apurar o uso de notícias falsas para ameaçar e caluniar ministros do tribunal.

Carlos é investigado sob a suspeita de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas e age para intimidar e ameaçar autoridades públicas na internet. A PF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de São Paulo. Procurado por escrito e por telefone, o chefe de gabinete de Carlos não respondeu aos contatos da reportagem.



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